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Adeus a Lauro de Moraes, uma história ligada à Ponte Preta

  • 14/06/2025

Registro da morte do ex-presidente da Ponte Preta, Lauro de Moraes, na manhã deste sábado, aos 89 anos de idade, não pode ser simplificado aos cargos ocupados no clube e os devidos períodos.

Lauro de Moraes estava internado em hospital de Campinas há semanas, e o óbito já era esperado.

A trajetória na Ponte Preta foi iniciada na presidência do Conselho Deliberativo, na década de 60 do século passado,

Quando assumiu a presidência do clube pela primeira vez, em 1976, soube fazer uso de sua influência política para convencer a CBF à abertura de vaga no Brasileirão.

Na época, Lauro de Moraes era um influente filiado ao partido político denominado Arena – ligado ao então governo federal -, em período do bipartidarismo com o MDB.

DIRETORES DE FUTEBOL

Bem relacionado no seio pontepretano, ele soube escolher a dedos os homens para comando do Departamento de Futebol como Peri Chaib, Armando Martins de Oliveira, Geraldo Camargo – o Camarguinho – e Luiz Campanhone.

Na primeira das três gestões, levou o clube às finais do Paulistão em 1977 e 1979.

No desligamento, logo em seguida o saudoso Édson Ággio assumiu a presidência, mas Lauro retornou no biênio 1982/83.

Na ocasião, um fato polêmico ganhou repercussão quando puniu severamente o centroavante Toninho Catarina – ex-Palmeiras – pelo fato dele ter cortado um galão de água do clube, sem prévia autorização, para uso particular.

A última passagem de Lauro de Moraes na presidência deu-se no quadriênio a partir de 1988.

BOICOTE

Ao reassumir o cargo, conseguiu amparo judicial para que a Ponte Preta – então rebaixada à segunda divisão do paulista no ano anterior – voltasse à elite, mas a FPF e clubes fizeram um pacto para boicotá-la em seus jogos na competição de 1988, sem comparecimento.

Quando os jogadores da Ponte Preta entravam em campo, davam o pontapé inicial, os árbitros encerravam as partidas, com consequente vitórias por WO.

Detalhe: Ponte Preta e Bandeirantes de Birigui haviam sido rebaixados em 1987.

O Corinthians – do saudoso presidente Vicente Matheus – discordou do boicote e a enfrentou no Estádio do Canindé, no empate sem gols.

Ano seguinte – 1989 -, com campanha irreparável na segunda divisão e gols decisivos do centroavante Monga, a Ponte Preta retornou com méritos ao Paulistão.

DESLIGAMENTO

E como Lauro de Moraes entendeu que a sua missão como presidente da Ponte Preta estava cumprida, desligou-se definitivamente da diretoria do clube em 1991.

Aí, dedicação exclusiva aos seus negócios, e aquele que mais o identificava era administrar o estabelecimento comercial de calçados denominado Casa Lord, a loja fidalga da cidade, na Rua Regente Feijó, próxima à Igreja Catedral, onde me confidenciou ter perdido a visão de um olho.

Ele foi o primeiro proprietário da Rádio Central de Campinas, inaugurada em 1981.

Também possuía diversos imóveis na cidade.

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Comentário

  • junho 16, 2025
    Jose Ricardo

    Lauro foi figura polêmica na Ponte, digo com certeza que foi um ditador, conduzia tudo à mão de ferro, não admitia ninguém que lhe fizesse sombra e muito menos alguém quem contestasse suas decisões ou lhe fizesse oposição, ou você se curvava à ele ou estava fora da Ponte. Nunca concorreu a presidência da Ponte contra adversários, quando farejava derrota tirava seu time de campo, se houvesse algum adversário que ele podia derrotar, ele simplesmente chantageava os eleitores ameaçando retirar a candidatura, o pessoal com medo desidratava a candidatura opositora e ele era eleito por aclamação. Na sua presidência, seus auxiliares eram puro fantoches, nada podia ser feito sem o consentimento dele. Lauro teve fatos marcantes nos paulistinhas de 1977 e 1979 e no brasileiro de 1976. Em 76, o lema era onde a Arena – partido do regime militar- vai mal um time no Nacional, um campeonato brasileiro com 54 equipes e a Ponte terminaria em 6o. Em 77 creio eu que foi o melhor time da Ponte que eu já vi jogar, aquela decisão contra o Corinthians que estava há 23 anos sem ganhar nenhum título foi decidida fora do campo. O regime militar já estava na UTI e veio uma ordem de Brasília que o ambiente ficaria calmo se o Corinthians fosse campeão, Lauro esperneou primeiro contra o fato da FPF marcar as 3 partidas da final em São Paulo e depois ao saber que era um jogo de cartas marcadas, precisou que o Coronel Rodolpho Petená, interviesse dizendo que tinha de ser assim, eram ordens “de cima”, o Corinthians tinha de ser campeão para o regime se manter vivo. Mesmo assim a Ponte foi valente e só perdeu mesmo porque o Corinthians teve a colaboração “de fora” e na partida final com atuação criminosa do árbitro Dulcídio Wanderley Boschilia que de cara expulsou o centroavante da Ponte Rui Rei por reclamação e passou a provocar durante todo o jogo os jogadores da Ponte em campo para cavar nova expulsão uma vez que o Corinthians não fazia gol, o resultado, como era previsto, o Corinthians foi campeão. Posteriormente o árbitro Dulcídio foi suspenso por 120 dias por ter sido flagrado agredindo com um chute o zagueiro Polozzi da Ponte. Já em 1979, a confusão começou antes das finais, a FPF decidiu fazer uma rodada dupla no Morumbi, algo impensável hoje em dia, misturando no Morumbi 4 torcidas – Guarani, Ponte, Palmeiras e Corinthians. 1o jogo foi Palmeiras e Guarani e em sequência era pra ser Corinthians e Ponte, o Corinthians se recusou a jogar pra não dividir a renda, a FPF chegou a oferecer um $$ pra Ponte jogar novamente, mas Lauro bateu o pé e judicializou o caso, a Ponte ganhou os pontos por WO, mas a FPF como vingança tirou mando de campo da Ponte nas semifinais e finais. Nas semifinais a FPF marcou os 2 dérbis para São Paulo, a Ponte ganhou os 2 dérbis e foi a final contra o Corinthians, perdeu o 1o e 0 3o jogo e empatou o 2o. Fora da Ponte, Lauro se enveredou pela política foi candidato a prefeito de Campinas e deputado estadual, mas nunca chegou a se eleger.

  • junho 14, 2025
    João da Teixeira

    Nossos sentimentos à família e as organizações Lauro Moraes. Realmente foi um dos bons presidentes que passaram pelo clube e soube montar uma boa equipe de dirigentes na condução da Ponte Preta. Se não me engano o Armando Martins de Oliveira tinha um irmão que era dirigente do bugre.

  • junho 14, 2025
    Ric

    Meu querido Pai, pontepretano roxo e antigo membro da instâncias dirigentes da Ponte no passado, também nos deixou no final de Maio – que Deus o tenha.

  • junho 14, 2025
    Barba

    Nossas condolências a família de um dos melhores presidentes da Ponte Preta! Já deixa saudades ! Que deus o receba de braços abertos.

  • junho 14, 2025
    Carlos Agostinis

    Ari , se não me engano , a ponte caiu em 86 , em 87 entraram na justiça por terem achado uma marmelada num jogo lá que terminou em 0 e aponte caiu ….lembro me bem que não disputou a segundona em 87 por conta desse processo , daí sim em 88 o tal ministro Vidigal deu ganho a ponte, sendo assim todos resolveram que jogariam com ela , até mesmo o bugre tem esse wo na conta ….depois de passar essa vergonha toda , resolveu que em 89 jogaria a segunda divisão , chegou a final com o ituano , sendo vice mais mais uma vez ….

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