Muita gente conta os dias para atingir a aposentadoria, imaginando vida fácil e a chance de desfrutá-la, principalmente através de viagens.
Calma!
Na velhice são comuns os problemas de saúde. É o tal de uma dor aqui, outra dor ali, e por aí vai.
Como jornalista esportivo ‘veião’, o mais antigo da mídia campineira, vi coisas da década de 60 do século passado que apenas aquele pontepretano ‘antigão’ também viu.
COMEÇO DE MANFRINI
Quando anunciaram a morte do atacante Manfrini, aos 75 anos de idade, nesta quarta-feira, lembrei que ele teve um período de indefinição na chegada à Ponte Preta em 1968, na condição de centroavante abastecido pelos meias Roberto Pinto e Dicá.
Com a chegada dos ‘medalhões’ para incorporar o elenco pontepretano, Manfrini perdeu espaço na equipe para o saudoso centroavante Paulo Leão, e quase não foi usado naquele ano, na antiga divisão de acesso ao Paulistão.
Na temporada seguinte, com a lesão de Dicá, o então treinador da Ponte Preta Zé Duarte – já falecido – o recuou para a função de meia-direita, exatamente pela característica de não se fixar na área adversária.
Manfrini também perderia a posição de centroavante, visto que a Ponte Preta havia contratado o experiente Djair para a posição.
REVOLTA DO PAI DELE
A história que relato abaixo ninguém me contou. Eu estava no Estádio Moisés Lucarelli e vi tudo com esses olhos que ‘um dia a terra há de comer’.
Como Manfrini abusava da individualidade até perder a bola, aquela situação provocava revolta de torcedores, principalmente aqueles situados nas vitalícias.
Como o pai de Manfrini vinha de São Paulo para assistir todos os jogos dele em Campinas, se revoltava com as críticas e discutia asperamente com torcedores.
Em algumas ocasiões a turma do ‘deixa disso’ foi obrigada a intervir, para acalmar aquela situação.
Com a divisão de acesso em andamento durante 1969, e a recuperação física de Dicá, Manfrini perdeu lugar na equipe, só recuperando-a na temporada seguinte.
CILINHO CORRIGIU
Com o desligamento de Djair da Ponte Preta, Manfrini retomou à função de centroavante e, orientado pelo saudoso treinador Cilinho, já usava a habilidade para prender a bola exatamente quando necessário, sem firulas, sem o abuso de dribles desnecessários.
E por ter se destacado, o Palmeiras o contratou. Todavia, a melhor fase na carreira dele foi a partir de 1973, no Fluminense.