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Qual a diferença da Ponte Preta em casa para visitante?

  • 14/08/2024

O parceiro Antonio Carlos, assíduo participante da seção de comentários do Blog do Ari, sugere que debatamos uma pauta polêmica, senão vejamos: “Ari, você prestaria um serviço inestimável ao acesso da Ponte, se conseguir traduzir qual a origem real da disparidade de resultados da Ponte, em casa e fora de casa”.

Coincidência? Sorte? Cultura do futebol com chances maiores para o mandante? Medo quando joga fora de casa?

Opiniões são múltiplas, e por isso a gente convida aqueles que ainda não fazem parte do espaço de comentários, pois em discussão sobre futebol sempre cabe mais um.

Quem ainda não teve acesso à plataforma, em outro link anexo a home do portal Futebol Interior, então seja bem-vindo: https://blogdoari.futebolinterior.com.br/

CAUTELA DO VISITANTE

O também parceiro Carlos Agostinis, bugrino de quatro costados, abre a discussão de maneira procedente, ao citar que ‘existe uma cultura histórica nos times brasileiros de adotar uma postura cautelosa nos jogos fora de casa, imaginando que os times da casa tendem a propor o jogo’.

Esse é o ponto central da discussão. Se o mandante adota linha alta de marcação até na saída de bola do visitante, automaticamente o força à ligação direta, pois são raros os clubes capacitados à valorização na saída de bola de trás, com receio de perda e aí serem surpreendidos.

Ligação direta, na maioria das vezes significa presentear o adversário com a bola. Aí, há o natural processo de evolução e são criadas situações de gols para quem esteja se defendendo.

ESPAÇAMENTO

No caso específico da Ponte Preta, há dois agravantes nesses jogos: como é desproporcional exigir frequentes recomposições de atacantes, no cobrado vaivém, várias vezes ficam bem mais adiantados em relação aos defensores, e a bola longa resulta em erros de passes.

Em jogos fora, contanto com menor mobilidade do meia Élvis, a competitividade da Ponte Preta é um pouco inferior.

Aí vem a tese do parceiro Antonio Carlos de que o seu clube deveria adotar, fora de casa, o mesmo modelo tático visto enquanto mandante.

Então vamos lá: a Ponte Preta conta com zagueiros de velocidade?

Não.

Se fora de casa o adversário adianta as linhas, a ‘becaiada’ da Ponte Preta, por opção, recua, de certo calculando que, ao ceder espaço para o adversário disputar jogada na corrida, o risco de levar desvantagem seria maior.

Aí você pergunta: em casa não seria a mesma coisa?

Não, porque, por prudência, o adversário não coloca linhas tão avançadas.

JOGO A JOGO

Primeiro jogo da Ponte Preta fora de casa, sob o comando técnico de Nelsinho Baptista, foi contra o América Mineiro.

Aí, derrota normal por 2 a 0 para uma equipe mais qualificada.

Mesmo placar, contra o Botafogo, a avaliação lógica foi que a Ponte Preta não correspondeu.

No empate com o Guarani por 1 a 1, ela foi dominada durante quase todo primeiro tempo, e se prevaleceu na sequência devido à expulsão do atacante bugrino João Victor.

Empate sem gols com o Brusque se caracterizou por jogo fraco, enquanto a derrota para o Paysandu foi natural para um time mais ousado ofensivamente.

Evidente que jogo a jogo, Nelsinho Baptista buscou ajustes táticos em sua equipe, com redução do espaçamento dos compartimentos, e isso ficou evidenciado contra o Sport, em Recife, quando o empate já se desenhava até os 38 minutos do segundo tempo, mas o volante Fabrício Dominguez acertou belo chute, de fora da área, desempatando em 2 a 1 para o mandante, até que Ponte Preta fosse sofrer o terceiro gol após a expulsão do goleiro Pedro Rocha.

No caso do empate com o Coritiba, a Ponte Preta se prevaleceu após expulsão do atacante Robson.

E EM CASA?

Em jogo com nível de igualdade, o empate se ajustaria melhor no duelo contra o Novorizontino, em casa, mas no final das contas deu Ponte Preta por 1 a 0.

Contra o instável Avaí, em casa, pessoas ‘antenadas’ quando a bola rola com certeza constataram que a entrada de Joilson na zaga, em substituição ao suspenso Mateus Silva, provocou desajuste no setor.

No pós-jogo, especifiquei duas bolas nas costas do lateral-direito Igor Inocêncio, sem que Joílson fizesse a devida cobertura. Aí o atacante Garcez recebeu passe livre de marcação, mas desperdiçou as chances.

Por sinal, até o quarentão Vágner Lope encontrou facilidade para receber lançamento livre de marcação, exatamente onde deveria estar Joílson, mas, por sorte da Ponte, o lance não resultou em gol.

Segundo tempo, com ajustes de marcação, prevaleceu a Ponte Preta com vitória por 1 a 0.

Como o Mirassol perdeu o atacante Fernandinho, expulso, ainda no primeiro tempo, a Ponte se prevaleceu e ganhou por 4 a 2.

As vitórias sobre CRB, Ceará e Vila Nova foram incontestáveis, pois, como mandante, a Ponte Preta adiantou as linhas e, assim, o time ficou mais compactado.

Quem pensa esse ‘enredo’ de forma diferente, o espaço está aí, para contestação.

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Comentário

  • agosto 19, 2024
    Jose Ricardo

    Pelo que eu entendi o modelo do Nelsinho é o seguinte, se ganhar fora de casa será bom, um empate será excelente e deixa que a gente dá um gás pra resolver em casa. Então, vai se levando, pontuação de meio de tabela, longe do Z4…. Pra mudar de panorama e brigar pelo acesso, algo que nunca foi o objetivo da Ponte, teria que ter outro jogador que substituísse o Elvis a altura ou exigir que ele entrasse em forma. Como já está consolidado que ele não vai entrar em forma mesmo, apenas deu uma melhorada pra deixar de andar em campo, porque estava muito evidente seu relaxo com a parte física e a torcida cobrando, empates fora de casa estarão de bom tamanho e serão a toada até matematicamente o time fugir do rebaixamento, não vamos nos iludir com alguma coisa muito diferente disso.

  • agosto 17, 2024
    Eric AAPP

    O medo de perder é que inviabiliza a chance de ganhar… têm que jogar pra ganhar, como visitante também. Se ganhar 1 e perder 2, são 3 pontos da mesma forma (mas nós critérios de desempate é 1 vitória).

  • agosto 16, 2024
    Antonio Carlos

    Ari, obrigado pela possibilidade de conversar sobre esta questão.

    Você levantou um ponto que a Ponte não consegue sair jogando fora de casa pela marcação alta do adversário. Isto leva à ligação direta, que muitas vezes acaba caindo de graça para o adversário.

    Ora, se há uma ligação direta para o ataque, e este ataque está “despovoado”, pois apenas o Jeh fica na frente fora de casa, a bola bate e volta, a Ponte está sempre “acuada”, não consegue sair de trás, perde a maioria das disputas de bola, e mesmo com toda essa cautela, a defesa não fica menos vulnerável.

    Mas se, ao contrário, se colocar três homens mais adiantados, a chance de dominar a bola é muito maior.

    Outro fator: quando a Ponte recupera a bola, o Elvis não tem opção, poucos se apresentam para atacar. O passe sai sempre com a marcação em cima, a Ponte não consegue trocar passes, colocar a bola no chão.

    Tudo isso por quê? Essa postura sempre igual, só diferente no segundo tempo contra o Sport, é claro não pode levar à vitória, o time quando recupera a bola fica sem “escape”.

    O certo seria adiantar os “atacantes”, mesmo que um deles seja volante, assim o Elvis ou outro meia conseguirão fazer as jogadas.

    Ao contrário, parece que ficou pior, pois foi retirado o Ramon, um volante que pegava a bola e saía rápido ao ataque, como disse o Nelsinho, e se colocou o Everton, um atacante com funções muito mais defensivas.

    O time, dessa forma, não vai ganhar mesmo, pois é lento na transição, anêmico no ataque, por conta de uma ideia tática que, no fim das contas, não ataca nem defende com eficiência.

  • agosto 16, 2024
    João da Teixeira

    Pela Libertadores, Nacional x São Paulo ficaram no empate em 0x0 em Montevidéo, favorecendo parcialmente o São Paulo por jogar em casa no jogo da volta. Pela Sulamericana o Athlético-PR venceu por 2×1 o Belgrano, jogando pelo empate no jogo da volta na Argentina. Agora vem os jogos das 21h30.

  • agosto 15, 2024
    Carlos Agostinis

    Acabo de ler que o guarani contratou o Estevão do inter , meia armador para o lugar só Luan dias , espero que preste pra alguma coisa , nunca ouvi falar dele e nem jogar também , está parado desde o dia 29 de maio , seria mais uma aposta , se sim , espero que dê certo , o problema é que vem por empréstimo. Aguardar pra ver né. Falta agora um lateral esquerdo …

  • agosto 15, 2024
    João da Teixeira

    O Palmeiras continua engasgado com o futebol do Botafogo-RJ, um time pegador na sua defesa, um meio campo ativo e guereiro, ataque agressivo, contundente, abusado, os compartimentos se interagem. O Palmeiras tem um time com conjunto forte, interativo, mas muito burocrático e conservador, nisso o Botafogo leva vantagem. Palmeiras e Flamengo que se cuidem, ou vão perder o bonde. O Botafogo com esse futebol tem tudo pra ser o campeão brasileiro, já na Libertadores, é outros 500…

  • agosto 15, 2024
    João da Teixeira

    Não tem diferença nos jogadores, só no futebol. Cagüira, paúra, medo, porque o futebol não é consistente nem nas cabeças dos jogadores pontepretanos. Não tem certeza de um bom futebol e assim em alguns jogos em casa, conta até com um pouco de sorte. O futebol ainda não tem consistência, não dá certeza de nada.

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