Quando o lateral-direito Maguinho, da Ponte Preta, disse ter recebido sondagem para transferência de clube e justificou ter optado pela permanência, citei que deveriam convencê-lo a sair.
Pior da história é que ouço gente da bola ainda reconhecendo condições técnicas nele.
Por mais que me esforce para ser benevolente, em relação ao futebol do atleta, não consigo.
O que ele tem acrescentado na transição ao ataque?
Muito pouco.
Na maioria das bolas que recebe, comece a observar que opta por recuo desnecessário.
Aí pergunta-se por que o treinador Alberto Valentim não procura outra opção no lugar dele?
Embora reconheça-se as limitações técnicas de Luiz Felipe – jogador da posição -, convenhamos que marca melhor e tem mais velocidade para levar a bola ao ataque.
CILINHO
Tem outra alternativa para a posição no elenco?
Para um treinador com a coragem do saudoso Cilinho, tem.
Recapitulemos 19 de agosto de 1970, Estádio Brinco de Ouro e dérbi campineiro pelo Paulistão.
O Guarani vencia por 2 a 1, durante o segundo tempo, quando Cilinho – treinador da Ponte Preta – ousou ‘sacar’ o lateral-direito Nelsinho Batista – à época chamado apenas por Nelson – para que o ponteiro-direito Vicente ocupasse o lugar dele.
E de tanto a Ponte Preta atacar e criar chance, ‘malandramente’ o saudoso ponteiro-esquerdo Adilson Preguinho, no mergulho, empurrou a bola com a mão para as redes e o árbitro argentino Aldo Anibal Oviedo validou o gol de empate por 2 a 2.
E como Cilinho queria ganhar, sacou o quarto-zagueiro Araújo para a entrada do centroavante Nelson Oliveira, mas não houve mudança na história do jogo.
EVERTON BRITO
Aí, ao se rebuscar a coragem de um treinador em dérbi, questiona-se se não teria validade a improvisação do atacante de beirada Everton Brito na lateral-direita da Ponte Preta?
Digamos contra adversários teoricamente mais fracos?
De certo não haveria perda na marcação – comparando-se a Maguinho -, e o ganho seria substancial na transição ao ataque.
A questão é que Cilinho foi Cilinho e Valentim é Valentim, que nasceu cinco anos depois do registro do fato relatado.