Derrota do Guarani para o Sport era coisa previsível. O surpreendente foi sofrer goleada por 4 a 0, na noite desta quinta-feira, em Recife.
Há uma diferença técnica entre as duas equipes e isso foi preponderante para que o mandante pudesse se impor na partida e estabelecesse vantagem por 3 a 0 ainda no primeiro tempo.
Se é que o treinador Allan Aal, do Guarani, pudesse fazer alguma coisa para tentar reduzir a intensidade do Sport, seria inverter a dobra de marcação de laterais.
Como o Sport concentrava as suas principais jogadas ofensivas pela direita, com avanços do lateral Igor Cariús e principalmente tendo o meia pensante Lucas Limas por ali, faltou para Allan Aal pelo tentar mudar o lateral-direito Heitor de lado, pois ele fazia dobra de marcação com Yan, pela direita.
Pelo menos seria uma alternativa para se tentar dar mais suporte ao reconhecidamente oscilante lateral-esquerdo Jefferson, do Guarani.
Claro que esperava-se uma mexida como essa de treinador estrategista, o que não é o caso de Aal, embora admita-se que a probabilidade de resultado prático também seria incerta.
BARLETTA
Clubes que contam com jogadores diferenciados conseguem romper esquema de marcação como o proposto inicialmente pelo Sport, neste jogo em Recife.
Aquele imprevisível passe de calcanhar de Barletta para que o seu parceiro Fabinho concluísse de bico na bola, abrindo o caminho da vitória do Sport, aos 29 minutos, começou a desconsertar de vez o Guarani, que diga-se de passagem, antes disso havia ameaçado duas vezes a meta adversária.
Primeiro quando o centroavante Caio Dantas chutou de canhota em cima do goleiro Caíque França; depois em cabeçada do zagueiro Bacellar, com bola para fora.
Como o Sport rodava a bola ocupando com sabedoria os espaços de seu ataque, o segundo gol foi marcado através deste expediente e arremate certeiro de Barletta, no canto esquerdo do goleiro Vladimir: 2 a 0, aos 38 minutos.
E esse envolvimento do Sport no toque de bola, em mais uma jogada que começou pelo lado direito de seu ataque, o lateral-esquerdo Felipinho foi servido sem marcação e ainda olhou como definir o chute para o seu clube chegar ao terceiro gol, aos 44 minutos.
ADMINISTRAR A GOLEADA
Com o placar definido, coube ao Sport administrar a vantagem, com redução de intensidade, o que possibilitou que o Guarani pudesse se soltar e se aproximar mais vezes da área adversária, sem contudo aproveitar chance real de chegar ao seu gol, quando em saída errada de bola do Sport, ela se ofereceu para Caio Dantas, que propiciou a defesa do goleiro Caíque França.
MAIS UM
E mesmo com redução de intensidade, o Sport ainda teve mais três boas chances para ampliar a vantagem.
Se a finalização do atacante Zé Roberto foi parada na precisa defesa do goleiro Vladimir e Lenny Lobato chutou a bola no poste direito bugrino, em cobrança de escanteio coube a Fábio Matheus escorar a bola no primeiro pau, para que o zagueiro Chico completasse e sacramentasse a goleada do Sport por 4 a 0.
E AGORA?
Ao continuar com 31 pontos e tendo mais 15 em disputa, a expectativa do bugrino é que seja refeito o cálculo para se escapar do rebaixamento e, observando-se programação de confrontos diretos entre clubes ameaçados, não se surpreendam se a meta de 43 pontos para escapar seja reduzida para 41 ou até 40.
Problema é que no percurso do Guarani estão dois clubes que brigam por vaga de acesso nesta Série B do Brasileiro, como Novorizontino – próximo compromisso – e Ceará, ambos em Campinas.