O próximo 31 de outubro marca o terceiro ano da morte do ex-quarto zagueiro Waldir Vicente, mineiro de Araxá que passou pela Ponte Preta de 1971 a1973, estreando em dérbi campineiro na vitória por 1 a 0, gol do ex-meia Dicá, no Estádio Moisés Lucarelli.
Na ocasião, a equipe era dirigida pelo saudoso treinador Cilinho e contava com essa formação: Wilson Quiqueto; Nelsinho Baptista, Samuel, Waldir Vicente e Santos; Teodoro e Mosca; Alan (Manfrini), Dicá, Pedro Paulo (Ditinho) e Adílson.
Waldir Vicente morreu em São Paulo, aos 78 anos de idade, cidade que iniciou a carreira no futebol através do Nacional Atlético Clube, a partir de 1958, nas categorias de base.
SELEÇÃO JUVENIL
Em 1963, na iminência de se profissionalizar, foi recompensado com o chamado para integrar seleção do Brasil da categoria juvenil, para disputar os Jogos Pan-Americanos de 1963, na capital paulista, resultando na conquista de título.
Entre parceiros de equipe estavam o saudoso lateral-direito Carlos Alberto Torres e ponteiro-direito Jairzinho.
No Nacional, como profissional, ficou nos três anos seguinte, e lá retornou em 1976, para os três últimos anos como atleta.
Ah, você que não é da velha guarda de certo está perguntando: quem foi esse ‘boleiro’?
Veio bem recomendado à Ponte Preta pela passagem no Paulista de Jundiaí, principalmente no ano de acesso do clube ao Paulistão em 1968, quando fazia dupla de área com Jurandir, naquela campanha invicta do clube jundiaiense, culminando com conquista do título da divisão de acesso.
PASSE DE CABEÇA
À época, Waldir Vicente se diferenciava da ‘becaiada’ por aí por ser um especialista em interceptar bola pelo alto já fazendo o ‘passe’ a companheiro de equipe nas beiradas de campo.
Se hoje zagueiros do elenco da Ponte como Mateus Silva, Sérgio Raphael e Joílson rebatem de cabeça para o lado que o nariz está virado, Waldir Vicente mostrava o diferencial ao usar o reflexo rápido para distinguir colocações de companheiros desmarcados, visando o passe.
Da Ponte Preta ele foi para o Saad Esporte Clube e, após encerrar a carreira de atleta, trabalhou na Rede Ferroviária Paulista como controlador de movimento, parte da RFFSA, de 1976 a 1993.
Depois daquele período decidiu voltar ao futebol e o Nacional reservou-lhe as funções de treinador – da base ao profissional – para posteriormente ocupar o cargo de supervisor até 2005, quando decidiu trabalhar como instrutor no Projeto Nosso Sonho, até 2012, uma parceria com a Federação Paulista de Futebol.