Prevaleceu a bem ajustada estratégia tática do Guarani para vencer o Coritiba por 2 a 1, na noite desta terça-feira, em Campinas, resultado que já o deixa embolado com os clubes do pelotão de baixo desta Série B do Brasileiro.
Estratégia tática porque o Guarani abriu mão de usar os seus laterais no apoio ao ataque, exceto em raras ocasiões durante o segundo tempo, quando o lateral-esquerdo Jefferson, logo aos cinco minutos, efetuou cruzamento no primeiro pau, que resultou no cabeceio em direção do chão do volante Gabriel Bispo, livre de marcação, naquele que foi o segundo gol da equipe bugrina.
O esquema de marcação adotado pelo Guarani foi tão eficiente que, numa boa ‘peneirada’, o único vacilo ocorreu no lance que resultou no gol de empate do Coritiba, logo aos dois minutos do segundo tempo.
Registra-se que numa das raras vezes que o lateral-direito Natanael foi ao fundo do campo para fazer o cruzamento, encontrou o meia Matheus Frizzo já dentro da área, com tempo de ainda ajeitar a bola antes do arremate rasteiro, em direção do canto esquerdo do goleiro Vladimir.
No mais, aquele maior volume de jogo do Coritiba foi refletido em chuveirinhos, quase todos rechaçados pela defensiva bugrina.
CORITIBA BUROCRÁTICO
O time paranaense praticou um futebol extremamente burocrático, ao rolar a bola até lentamente, à procura de caminhos para penetração.
Assim, os seus atacantes foram totalmente absorvidos pela marcação do time bugrino que, por sinal, ainda teve a chance do terceiro gol em chute de canhota do lateral Heitor, com bola atingindo o travessão, quase no final da partida.
Portanto, com nova orientação tática, o Guarani tem primado pela objetividade.
LADOS DO CAMPO
Quando recupera a posse de bola, o Guarani procura colocar velocidade nas jogadas, principalmente usando os lados do campo.
Entretanto, esse estilo da equipe de extrema ‘entrega’ em campo dos jogadores tem resultado em claro desgaste físico na metade do segundo tempo, e aí o treinador Allan Aal vai precisar buscar alternativas entre os reservas, para que se atinja a esperada compensação na equipe.
PRIMEIRO TEMPO
Foi um primeiro tempo com prevalecimento de estruturas táticas bem definidas das duas equipes, que adotaram excessivos cuidados defensivos, para evitar surpresas com jogadas de velocidade do adversário.
Assim, até os laterais das duas equipes priorizaram a marcação.
Se Natanael, do Coritiba, tem por característica apoio ao ataque, desta vez foi orientado para ficar na vigilância do rápido Airton, do Guarani.
Assim, os jogadores bugrinos tiveram a percepção que poderiam explorar algum vacilo de marcação do lento e improvisado Bruno Melo, na lateral-esquerda do Coritiba, tanto que as duas principais jogadas de seu ataque, naquele período, saíram por ali.
Primeiro aos 24 minutos, quando o meia Luan Dias acionou João Victor nas costas do lateral e, cara a cara com o goleiro Pedro Morisco, a bola foi chutada nos pés dele, que salvou o gol.
Depois, aos 41 minutos, quando novamente o ataque bugrino chegou pelo lado direito, e quem recebeu o passe foi o centroavante Caio Dantas, que, ao cruzar a bola, rebatida por Natanael, sobrou para Luan Dias recolocá-la à área, prevalecendo o oportunismo de João Victor, para tocá-la à rede.
E sem dar espaço ao Coritiba, o goleiro bugrino Vladimir praticamente foi para o intervalo sem que fosse exigido.
Também durante o primeiro tempo, a maior posse de bola do time paranaense não implicou em organização de jogadas, pois havia abuso de toques de bola sem avanço rápido.
Já o Guarani, ao recuperar a posse de bola, tentava colocar um pouco mais de rapidez nas jogadas, mas esbarrava na adequada marcação do adversário, exceto algumas hesitações de Bruno Melo.
A vitória credencia o Guarani nesta fase de recuperação, já para o jogo contra o América Mineiro no próximo domingo, a partir das 18h30, em Belo Horizonte.