Aí você escuta comentarista de futebol, em análise sobre o jogo Flamengo e Paris Saint Germain, recomendando ao clube brasileiro explorar lado ‘x’ ou lado ‘y’ do ataque.
O primordial da discussão ficou debaixo do tapete, e aqui cabe sim uma discussão.
No futebol francês, excepcionalmente no Paris Saint Germain, o ordenamento tático difere-se de nossos clubes em vários aspectos.
Primeiro cabe a pergunta: você prestou bem atenção sobre a cara deste Paris Saint Germain?
Geralmente marca sobre pressão a saída de bola do adversário, e por vezes até individualmente, forçando que ela seja ‘quebrada’.
E mesmo considerando-se o potencial técnico do Flamengo para valorizar as jogadas de trás, atletas do PSG são talhados para ‘roubar a tal bola’, pois a marcação é feita com linha alta até de seus defensores.
CHUTES DE FORA DA ÁREA
Você se deu conta sobre quantas vezes o PSG arriscou finalizações de fora da área?
Sim, raramente isso ocorreu.
Ora, se a recomposição do Flamengo era feita rapidamente, jogadores da equipe francesa raciocinaram coerentemente que seria um desperdício chutar uma bola com probabilidade maior de resvalar em um adversário.
O lógico foi trabalhá-la na busca pelo espaço mais apropriado para a finalização.
Se havia orientação da comissão técnica para tal procedimento, ou teria sido coisa instintiva de atletas, o certo é que isso sirva de lição para essa boleirada que atua no Brasil.
Por aqui, em qualquer circunstância, arrisca-se chutes de fora da área, mesmo com probabilidade remota de aproveitamento.
CHUVEIRINHO É UMA RARIDADE
Se no futebol brasileiro a tal da bola aérea ofensiva prevalece em quaisquer dos clubes, dá pra contar nos dedos quantas vezes o PSG colocou isso em prática na quarta-feira.
Até em lances de escanteios raramente a bola foi levantada objetivando o cabeceio.
Nesta jogada, na maioria das vezes encostou um parceiro para receber o passe e, a partir disso, o objetivo foi a continuidade da posse de bola.
Claro que cada qual tem a sua realidade e o PSG optou por essa.
REFLEXO RÁPIDO
Nos principais clubes europeus, o reflexo rápido do atleta permite que defina a localização do passe antes mesmo de a bola chegar em seus pés.
Assim é possível progressões de jogadas desde o campo defensivo.
Como os jogadores são ‘antenados’ para virada de jogo, na busca de alternativas do lado ‘vazio’, isso ocorre sistematicamente.
Por fim, há consciência geral que atletas sem aptidão para o drible prudentemente o evitam.
Que bom seria se vários dos treinadores de clubes brasileiros buscassem esse padrão tático de compactação e melhor definição do que fazer em campo, visando supremacia durante as partidas.