Que a defensiva do Real Madrid falhou ‘feio’ ao longo da partida em que foi goleado pelo PSG por 4 a 0, é fato.
E cometeu erro primário de linha avançada do quarteto defensivo, oferecendo buracos bem explorados pelo adversário, na tarde desta quarta-feira.
Esta Copa do Mundo de Clubes tem sido uma lição para a ‘treinadorzada brasileira ‘arcaica’, sobre a natural evolução técnica de jogadores e como colocá-la em prática.
Esta é a pauta da edição.
CHUTES DIRECIONADOS
Continuo batendo na mesma ‘tecla’ que jogadores dos principais clubes europeus raramente chutam a bola na ‘lua’, em finalizações.
Quem conferiu detalhes & detalhes sobre a goleada do PSG, de certo observou que apenas o atacante Mbappé, do clube espanhol, ‘penou’ a bola em chute ao gol adversário.
Dados estatísticos da partida mostram que três dos quatro gols do PSG resultaram em chutes rasteiros e apenas um deles a meia altura?
Fabian Ruiz, autor dos dois primeiros gols, quase marca um terceiro no mesmo estilo.
Dembélé, que marcou o terceiro gol, também ameaçou em jogada semelhante.
O bom lateral-esquerdo Nuno Mendes exigiu duas defesas do goleiro Courtois em chutes a meia altura, no canto direito, enquanto o lateral-direito Hakimi, também em finalização rasteira, mandou a bola à direita da meta do Real Madrid.
DINO SANI E EVARISTO MACEDO
Na edição anterior, abri discussão sobre jogadores treinados para finalizações bem direcionadas, na expectativa que parceiros que usam a seção de comentários, através do link https://blogdoari.futebolinterior.com.br/ , se aprofundassem no assunto, mas ignoraram.
Como o tema passaria batido se acompanhei o ex-treinador Dino Sani ensinar o centroavante Chicão, da Ponte Preta, como bater na bola?
E Chicão arregalava os olhos quando via Dino com chutes certeiros e de sem pulo.
Dino falava para o ponteiro-esquerdo Mauro cruzar a bola rasteira e, na corrida, o chute tinha direção da meta, e Chicão assimilou bem os ensinamentos.
No Guarani, quem mostrava para a boleirada como se devia bater na bola foi o treinador Evaristo Macedo, no final da década de 80 do século passado.
Logo, quando se vê essa boleirada de clubes europeus batendo na bola com direção, evidente que há treinamentos específicos neste quesito, além de questões vocacionais.
OUTROS MÉRITOS
Quando se vê uma equipe ajustada em vários quesitos, claro que tem o dedo do treinador, como é o caso de Luis Enrique, do PSG.
A incidência de desarmes do PSG – sem recorrer às faltas – lembra a Argentina dos tempos do ex-zagueiro Daniel Passarela.
O conceito do ex-treinador argentino César Luis Menotti, que o drible é dispensável até se aproximar da área adversária, é cumprida à risca pelo PSG.
PASSE
Os europeus estão nos ensinando que o atleta precisa ter reflexo para o passe rápido e certeiro.
E mesmo com o atleta marcado, em substituição do drible.
Enquanto jogadores brasileiros – apesar de marcados – procuram proteger a bola, na tentativa de se desvencilhar do adversário, aqueles do PSG já definem o passe em situação semelhante.
Quem diria que um dia os europeus poderiam nos ensinar.