Imaginem se durante um encontro de torcedor bugrino com quaisquer dos dirigentes do clube for citado que o atleta ‘fulano de tal’ faz lembrar o saudoso ponta-de-lança Berico.
Não estranhem se a resposta for ‘não sei de quem se trata’, ou ‘quem foi e onde jogou esse jogador’?
Claro que o suposto torcedor faria uma rápida recapitulação sobre o Berico, que passou pelo Guarani entre 1963/64, que pela facilidade no drible e velocidade seria pretendido por grandes clubes do futebol brasileiro, até porque exagerados estavam sugerindo o ‘nascimento’ de um novo Pelé.
Evidente que não, mas foi sim um jogador talentoso.
Foi-se o tempo em que cartolas estudavam histórias de seus respectivos clubes e lembravam de talentosos jogadores que por eles passavam.
Se contra-argumentarem que Berico passou pelo Guarani há mais de 60 anos, e quem sequer havia nascido naquela época não teria obrigação de saber, então recapitulemos como Berico chegou ao Guarani.
JABOTICABAL
Ele foi descoberto no Jaboticabal, interior paulista, nos tempos que o Guarani contava com vários olheiros espalhados por aí, e chegou ao Estádio Brinco de Ouro em 1963, ratificando tudo que havia sido dito sobre ele.
Como eu seria incapaz de lembrar todos os titulares daquela época – como o zagueiro Adílson e atacantes Felício e Vicente -, nada como recorrer ao historiador bugrino José Ricardo Lenzi Mariolani que cita em suas publicações esta formação: Dimas; Oswaldo Cunha, Adílson e Diogo; Eraldo e Tião Macalé; Amauri, Berico, Américo Murolo, Felício e Vicente.
FLAMENGO
No primeiro jogo do ano de 1964 do Guarani, no dia 11 de janeiro, no amistoso em que venceu o Flamengo por 2 a 1, na inauguração do serviço de iluminação do Estádio Brinco de Ouro, Berico fez uma ‘partidaça’, ratificando informações que o adversário já tinha sobre ele.
Logo, foi recomendada a contratação por 50 milhões de cruzeiros – moeda corrente da época -, o que provocou revolta do torcedor bugrino, que não admitia a perda do ídolo.
Todavia, no Flamengo o rendimento do atleta não foi o mesmo, resultando em perda de espaço entre os titulares e consequente negociação com o Club Jalisco do México, e de lá ao futebol dos Estados Unidos, com carreira encerrada em 1978 no Sacramento, da Califórnia, onde fixou residência – já reconhecido pelo nome de nascimento como José de Oliveira Filho – e permaneceu até 22 de agosto de 2016, data da morte aos 74 anos de idade.