Quem diria que chegasse o dia de a Seleção Brasileira comemorar o empate sem gols contra o Equador, em Guayaquil, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo!
A rigor, resultado justo na noite desta quinta-feira, pois o Brasil soube se defender e assim evitar que o adversário criasse chances de gols, embora ele tivesse mais posse de bola e rondasse mais vezes a área brasileira.
Diferentemente de outras épocas, hoje o Equador conta com um selecionado bem ajustado taticamente, com agrupamento de jogadores, recomposição rápida sem a bola, um sistema defensivo com capacidade de desarme e sobretudo um baita meio-campista como Caicedo, de privilegiada visão de jogo e raríssimos erros de passes,
ANCELOTTI
Tem-se que considerar que o estreante treinador Carlo Ancelotti não teve tempo para colocar em prática os seus conceitos de futebol, e por isso estudou bem a seleção equatoriana e não titubeou ao colocar em prática um esquema mais precavido para não ser surpreendido.
A validade da opção tática é que o goleiro Alisson, da Seleção Brasileira, só foi obrigado a praticar uma defesa digna de registro ao longo da partida, e foi em chute forte, de fora da área do jogador Estupiñan.
Se no primeiro tempo o Brasil ainda rondou a meta adversária com perigo durante duas vezes, no segundo tempo desapareceu ofensivamente, pois o atacante de beirada Vini Júnior passou a ser mais vigiado, principalmente após a entrada do lateral-direito Preciado, que ganhou a maioria das disputas no duelo direto.
Ancelotti também teve a percepção de reforçar a marcação pelo lado direito de sua defesa, visto que nem sempre o atacante Estevão voltava para fazer a recomposição nos avanços de Estupiñan, e por isso determinou que ora Casemiro, ora Bruno Guimarães ficassem mais atento na marcação por ali.
PRIMEIRO TEMPO
Foi um primeiro tempo com prevalecimento dos sistemas defensivos de ambos os lados.
Com as devidas informações que o Equador roda a bola em todos os espaços do ataque, a estratégia adotada pelo treinador Carlo Ancelotti foi recuar as suas linhas quando atacado, de forma a impedir espaços de penetração do selecionado equatoriano.
E deu certo, pois o goleiro Alisson não foi exigido à prática de defesa difícil naquele período.
Ao recuperar a posse de bola, o Brasil até tentou fazer transição ao ataque em velocidade, mas chance real de gol foi registrada apenas aos 21 minutos, quando Estevão desarmou um adversário já no campo ofensivo, serviu o meio-campista Gerson em condições de finalizar, mas ele preferiu servir seu parceiro Vini Júnior, ocasião que goleiro Valle encurtou a distância e defendeu o chute com os pés.
Afora isso, de prático para o ataque brasileiro naquele período, uma arrancada em contra-ataque de Estevão, que terminou em chute fraco e sem ângulo, facilitando a defesa de Valle.
LADO DIREITO
Durante o primeiro tempo, o Equador usou mais o lado esquerdo de seu ataque, por vezes com o atacante Yeboah acompanhado pelas incursões de Estupiñan por ali, ocasião que o lateral-direito brasileiro Vanderson levou desvantagem, sem que ocorresse comprometimento à defensiva brasileira.
A rigor, além de marcar mal, Vanderson raramente passou do meio de campo.
Até o lateral-esquerdo Alex Sandro, caracterizado pela postura ofensiva, desta vez procurou se precaver em seu campo defensivo.