Se a Ponte Preta estava tão credenciada nesta Série C do Brasileiro, e ocupava a liderança com quatro vitórias consecutivas, a questão que se coloca é por que sofreu goleada por 4 a 1 para o Brusque, jogando na noite deste sábado no Estádio Moises Lucarelli?
Agora, estacionada nos 13 pontos, precisa acompanhar o desenrolar desta sexta rodada para se certificar sobre o risco de perder a posição para concorrentes diretos do pelotão de cima da competição, como Caxias, Ituano e Maringá, que ainda não jogaram.
SEMELHANÇA
Ponte Preta e Brusque se dispuseram a propor o jogo, com linhas adiantadas e rápidas recomposições quando da perda da bola.
A semelhança entre ambos durante o primeiro tempo é que tiveram incrível dificuldade de penetração ao enfrentarem sólidos esquemas defensivos.
Apesar disso, o Brusque ainda teve mais consistência naquele período, pois com menos de dois minutos o seu atacante Biel já havia finalizado uma bola na trave da meta pontepretana, e o seu atacante Álvaro só não completou cruzamento na pequena área devido à interceptação do lateral-direito Maguinho.
Depois, aos 45 minutos, o atacante pontepretano Toró cometeu pênalti quando procurava acompanhar arrancada do zagueiro Ewerton Alemão, do Brusque, em lance convertido por Biel, com chute no canto alto direito do goleiro Diogo Silva.
DUDU
O que já não era bom para a Ponte Preta ‘azedou’ de vez quando imprudentemente o seu volante Dudu levantou o pé na altura da cabeça de um adversário, atingindo-o com violência, em lance que determinou a expulsão dele pelo árbitro José Mendonça Filho, aos seis minutos do segundo tempo.
Sequer foi possível a Ponte Preta absorver o impacto com um homem a menos, em jogo extremamente equilibrado, para a coisa começar a desandar dois minutos depois.
Em bola cruzada da esquerda, num ataque do Brusque, Tomaz Carvalho, que havia acabado de entrar na partida, explorou o vacilo de marcação do miolo de zaga pontepretano, para completar de cabeça e marcar o segundo gol de sua equipe.
WANDERSON
Mesmo em desvantagem numérica de jogadores, a Ponte Preta procurou se valer da correria e coração na tentativa de reagir.
E ao se mandar ao ataque, já com o centroavante Jeh no lugar de Toró, deu esperança ao seu torcedor para que pudesse reagir quando, em cobrança de escanteio através do meia Élvis, o zagueiro Wanderson, sem marcação na pequena área, concluiu de cabeça e diminuiu a vantagem do Brusque.
Logo em seguida, corretamente o treinador pontepretano Alberto Valentim ‘sacou’ o lateral Maguinho, que levava desvantagem pelo setor, para a entrada do garoto João Gabriel.
Ocorre que, do lado do Brusque, o treinador Felipe Gouveia teve a percepção da necessidade de ‘oxigenar’ a sua equipe, que a partir das mudanças voltou a ter o controle do jogo e explorou o meio de campo pontepretano desguarnecido.
MAIS DOIS
Assim, em seis minutos – a partir dos trinta – criou três reais chances de gols.
Se na primeira o atacante João Veras desperdiçou, ao chutar a bola em cima do goleiro Diogo Silva, nos dois lances subsequentes o Brusque soube convertê-las.
Primeiro, aos 32 minutos, quando em perda de bola do atacante Jean Dias, da Ponte Preta, a jogada do time catarinense foi bem concatenada e terminou em finalização certeira de Tomaz Carvalho, no canto esquerdo: 3 a 1.
Quatro minutos depois, após passe de DG, João Veras se redimiu do erro anterior e concluiu com sucesso, em contra-ataque rápido organizado pela sua equipe.
A Ponte Preta até teve chance de diminuir a vantagem adversária, quando o seu atacante Ewerton Brito colocou o lateral João Gabriel na cara do gol, mas o chute foi para fora, aos 43 minutos.
NÁUTICO
Agora, o próximo desafio do clube será novo reencontro com o seu ex-treinador Hélio dos Anjos, no confronto contra o instável Náutico, na tarde/noite do próximo sábado, em Recife.
Hélio chegou à Ponte Preta em 2022, quando não conseguiu livrar o clube do rebaixamento do Paulistão, mas na temporada seguinte participou da campanha de acesso e título do Paulista da Série A2.
Depois, ao se desligar do clube, o protestou judicialmente, com cobrança de R$ 830 mil, justificada por dívidas trabalhistas.