O último 24 de janeiro marcou o oitavo ano da morte do lateral bugrino Cido Jacaré – apelido devido ao tamanho de sua boca -, que atuava indistintamente quer na direita, quer na esquerda.
Batizado como Aparecido Pereira de Andrade e revelado pelo Santos, na década de 60 do século passado, ele participou do elenco com nomes consagrados como Pelé, Coutinho, Pepe e Lima, por exemplo.
Lá – identificado apenas pelo prenome Aparecido -, participou do jogo contra o São Paulo em agosto de 1963, pelo Paulistão, quando jogadores de seu clube simularam contusões para abandonar a partida na derrota por 4 a 1, no Estádio Pacaembu.
EXPULSÕES
Na ocasião, os atacantes Pelé e Coutinho haviam sido expulsos pelo árbitro Armando Marques – já falecido – ainda no primeiro tempo, enquanto Cido Jacaré não voltou ao gramado, após o intervalo, devido à uma fratura no perônio, em época que não era permitida substituições de atletas.
Aí, quando o São Paulo chegou ao quarto gol, tanto Pepe como Dorval fizeram encenação de cai-cai, o que provocou suspeita que Cido Jacaré também tivesse participado daquele ‘enredo’, em jogo caracterizado de o Santos ter fugido de campo.
GUARANI
Na condição de reserva e sem espaço no Santos, Cido Jacaré aceitou proposta para jogar no Guarani, chegando em 1968, inicialmente para substituir o lateral-esquerdo Diogo, embora fosse destro.
No clube, prevaleceu o apelido de Cido Jacaré, que se valia basicamente da marcação, em época que laterais raramente se aproximavam da área adversária, pois a incumbência básica era evitar que hábeis ponteiros construíssem jogadas decisivas.
Com a volta ao Guarani do então lateral-esquerdo Ferrari, Cido Jacaré foi remanejado à direita, porém após dois anos como titular perdeu espaço na posição para o saudoso Wilson Campos, que havia sido revelado na base do clube.
E com o encerramento da carreira de Ferrari, o setor já tinha outro ‘dono’, caso de Alberto, que posteriormente foi transformado em quarto-zagueiro com a chegada de Bezerra, que veio do Barretos.
ÁRBITRO
Assim, Cido Jacaré ficou no Guarani até o final de 1970, com transferência para o Noroeste de Bauru e Paulista de Jundiaí, onde encerrou a carreira, ocasião que fixou residência em Campinas e foi trabalhar inicialmente na Bosch. Posteriormente conseguiu emprego na Sanasa, onde se aposentou.
A ligação com o futebol implicou em aceitar convite para apitar partidas de campeonatos amadores da Liga Campineira de Futebol.