E agora José? Ou melhor: e agora Guarani?
Antes de entrar na análise do jogo, sugiro aos parceiros do blog que confiram o áudio que postei, no devido link, com repercussão sobre a fala do treinador bugrino Allan Aal, transferindo responsabilidade a jogadores pela derrota. Ouça!
Parece que finalmente o destino lhe será cruel neste crepúsculo da Série B do Brasileiro.
O que explicar esta fatídica derrota de virada para o Botafogo por 3 a 2, na noite desta quarta-feira, em Ribeirão Preto?
Em jogo fraco de clubes que justificam plenamente a campanha sofrível até aqui, parecia que acidentalmente o Guarani daria mostra de sobrevivência nesta terrível briga de permanência na competição.
Ledo engano, torcedor bugrino!
MARCELINHO
De um jogo relativamente controlado, quando você rezava para o tempo passar e assim o seu clube sustentar a vantagem por 2 a 1, eis que o atacante Marcelinho – que entrou no segundo tempo – cometeu pênalti estúpido e assim permitiu que o Botafogo empatasse.
Mas o pior ainda estava por vir.
De onde jamais se previa falha crucial que comprometesse o resultado do jogo, ela ocorreu: do goleiro Pegorari.
Em bola alçada em direção da área dele, aos 51 minutos do segundo tempo, não é que ele saiu ‘caçando borboleta’, errou o tempo dela, e disso se aproveitou o atacante Alexandre Jesus para, em leve toque, marcar o inesperado gol da vitória botafoguense por 3 a 2.
FICOU DIFÍCIL
Mais importante do que avalição tática-tática do jogo em si – programada para o final do texto – o que mais interessa ao bugrino é avaliar como ficou o ‘bololô’ no pelotão de baixo da competição, e se ainda há um fio de esperança para escapar do descenso.
Sim, derrota que pode custar muito caro, pois o adversário dá um salto para fugir da ‘fogueira’, atingindo 35 pontos.
Assim, no balanço momentâneo, o que se vê são cinco clubes na desesperada luta para escapar do rebaixamento, a começar pelo lanterna Guarani, com 25 pontos.
Seguem o Brusque 30, Ituano 31, CRB 33 e Chapecoense 34.
O Paysandu deu uma respirada, nesta quarta-feira, ao vencer a Chapecoense por 2 a 0, pulando para 36 pontos.
Diante do cenário, tem bugrino já entregando a ‘rapadura’ e projetando a dureza de uma terceira divisão, sem cota de televisão e redução de interesse de patrocinadores.
JOGAR A TOALHA?
Calma! Apesar das claras dificuldades para o Guarani escapar, matematicamente ainda é possível, porque concorrentes diretos neste pelotão de baixo também oscilam e participam de confrontos diretos.
A sorte dele será decidida nas oito partidas de complemento, três delas contra clubes do pelotão de cima – Sport fora, Novorizontino e Ceará em casa – e três contra concorrentes diretos da zona da encrenca, como CRB já na segunda-feira, depois a Ponte Preta no Estádio Moisés Lucarelli e o Brusque, fora, na 37ª rodada.
Com 25 pontos, e projetando-se a hipótese de ainda escapar com 42 pontos, o cálculo lógico seria a obtenção de cinco vitórias, dois empates e se descartar apenas um jogo.
É possível isso, ou já foi?
JOGO FRACO
O Guarani levou para campo proposta tática reativa, com três volantes, exatamente para fechar os espaços do adversário por dentro e usar velocidade em contra-ataques.
E nem precisou criar jogadas no início de jogo, pois o goleiro João Carlos, do Botafogo, se encarregou de cometer falha grotesca em finalização mascada e fraca do centroavante Caio Dantas, no típico lance para goleiro correr na bola e não saltar atrasado, logo aos dois minutos.
Assim, a bola entrou mansamente no canto direito.
Pela lógica, na sequência o Botafogo teria mais posse de bola, mas pecava pela falta de capacidade de penetração e errava muitos passes.
VICTOR ANDRADE
Todavia, bastou uma jogada pessoal do atacante Victor Andrade, ao se desvencilhar da marcação de Pacheco e Bacelar, para finalizar, em bola na direção do goleiro Pegorari, mas a tentativa do zagueiro Matheus Salustiano de desviá-la provocou mudança na trajetória, e o goleiro apenas rebateu, com a sobra se oferecendo para o atacante Alex Sandro, que empatou a partida aos 18 minutos.
Ainda naquele período, o jogo continuou morno, com predominância das defensivas, até que o meia Felipinho, do Botafogo, cometeu pênalti desnecessário, ao empurrar o atacante bugrino João Victor, que Caio Dantas cobrou rasteiro, no canto direito, recolocando o Guarani em vantagem, aos 43 minutos.
POSSE DO BOTAFOGO
No segundo tempo, embora o Botafogo tivesse mais posse de bola, não encontrava espaço para penetração na determinada marcação bugrina.
E a proposta de contra-atacar quase determina consolidação da vitória bugrina, quando Luan Dias lançou Caio Dantas em condições de se desvencilhar de um zagueiro, mas se atrapalhou na finalização, com chute sobre o travessão.
NEGUEBA
Tardiamente o treinador do Botafogo Márcio Zanardi colocou em campo o veloz Negueba, que passou a levar vantagem sobre o lateral Émerson Barbosa, mas o lance determinante, quando chegou ao fundo de campo para cruzamento, foi Marcelinho que o travou dentro da área, em pênalti bem marcado pelo árbitro João Vitor Gobi, aos 33 minutos.
Encarregado da cobrança, Victor Andrade nem tomou distância e chutou a bola à meia altura, no canto direito: 2 a 2.
Com sete minutos de acréscimo, Heitor, do Guarani, exigiu defesa do goleiro João Carlos, e o desfecho de mais uma triste história para os bugrinos foi a lambança do goleiro Pegorari.