A partir de maio de 1965, o Guarani passou a contar com o lateral-direito Deleu, emprestado pelo São Paulo, época que aquele clube havia priorizado ampliação do Estádio do Morumbi, com futebol relegado a plano secundário.
Ele estreou com vitória por 2 a 1 diante da Francana, na cidade de Franca, quando o time bugrino tinha essa formação: Sidnei Poly; Deleu, Orlando e Américo II; Tião Macalé e Eraldo; Joãozinho, Nelsinho, Babá, Américo Murolo e Osvaldo.
Deleu havia chegado para substituir Oswaldo Cunha, negociado com o São Paulo, e ficou no Guarani até fevereiro de 1967, quando Cido Jacaré assumiu a titularidade da posição.
À época, laterais não se caracterizavam com avanços desmedidos ao ataque, mas no caso dele provocava rápida saída da defesa e se caracterizava como marcador ‘carrapato’.
OPALA
Aquele alto astral deixava o regime de concentração mais leve e, à época, foi um dos raros atletas que dispunha de automóvel e gabava-se de transitar pelas ruas da cidade com o seu Opala.
Aquilo contrastava com a maioria do elenco que fazia uso do transporte coletivo urbano em ônibus da antiga CCTC (Companhia Campineira de Transporte Coletivo), quando o passageiro entrava pela porta de trás, virava a borboleta ao pagar tarifa ao cobrador, e descia pela porta da frente.
Geralmente ele dava carona a companheiros de clube em seu veículo, desde que prevalecesse a regra para não acenderem cigarro.
Previamente, ele alertava fumante para respeitarem a regra, através do repetido aviso: “Fedô no meu carro não entra”.
LAGOA DO TAQUARAL
Deleu gabaga-se de circular pelas ruas de Campinas com o seu Opala nos tempos em que a Lagoa do Taquaral era praticamente limite de bairro na cidade, época anterior ao processo de urbanização do então prefeito Orestes Quércia, já falecido.
A lagoa era rodeada por matagal e bambuzal, e a molecada que a frequentava não se constrangia de nadar pelada.
Ainda da antiga Campinas, alojamentos do Estádio Brinco de Ouro eram usados por atletas solteiros vinculados ao elenco profissional e vindo de outras cidades, sob a dependência das cadeiras vitalícias.
PORTÕES PRINCIPAIS
Tempos em que o acesso aos portões principais para entrada no estádio eram igualmente sob as vitalícias, quando o torcedor subia alguns degraus de escada de cimento, para chegar ao alambrado. Ali, bem próximo do gramado, o torcedor esgoelava palavrões contra bandeirinhas.
E quem se dispunha assistir à jogos atrás de metas, aquela da cabeceira sul era de madeira e bem mais próxima do gramado.