Que diferença faz um treinador rodado como Nelsinho Baptista, no comando da Ponte Preta!
Definiu corretamente a montagem de sua equipe na vitória sobre o Ceará por 3 a 1, na noite desta terça-feira, em Campinas, pela Série B do Brasileiro.
Também estudou detalhadamente as falhas defensivas do Ceará, e o jeito de como explorá-las, que resultaram em mais três oportunidades de gols, além dos três marcados.
E tudo isso sem esquecer do dérbi campineiro da noite do próximo domingo, pois poupou o seu lateral-esquerdo Gabriel Risso, sem que isso provocasse quebra no esquema previamente traçado.
ERICK PULGA
Como era claro o risco de se designar o lateral-direito Igor Inocêncio para marcar o hábil e veloz atacante cearense Erick Pulga, foi bem pensado remanejá-lo para o lado esquerdo da defensiva pontepretana, propiciando com isso o reaparecimento do lateral-direito Luiz Felipe que, embora fora de ritmo, é mais consistente na marcação.
O deslocamento do zagueiro Castro para a função de volante foi uma grata surpresa, não apenas pelo gol marcado e ao exigir ótima defesa do goleiro Richard, do Ceará, em mais uma cabeçada.
Na prática, Castro ajudou a melhorar o índice de desarme no cinturão de marcação feito na cabeça da área.
E se o meia Dodô não desempenha tarefa de organizador, há ganho ao time pela mobilidade, que possibilita a chegada da bola mais rapidamente ao campo ofensivo.
VACILOS
Nelsinho Baptista estudou criteriosamente a equipe adversária e sabia que nos avanços bem traçados de seus jogadores haveria possibilidade de explorar vacilos da defensiva cearense.
Dito e feito. A primeira vacilada do Ceará foi em cobrança de escanteio da Ponte Preta, pela direita, quando, da bola alçada à área adversária por Igor Inocêncio, eis que o zagueiro Castro, improvisado como volante, subiu como quis, no primeiro pau, e testou a bola rumo ao canto direito do goleiro Richard, aos dez minutos do primeiro tempo: Ponte Preta 1 a 0.
Até então o retrato do jogo era de jogadas truncadas de ambos os lados e, como se prevê em relação à equipe em desvantagem no placar, o Ceará adiantou um pouco mais as suas linhas, mas encontrou uma Ponte Preta bem posicionada defensivamente e usando velocidade ao recuperar a posse de bola.
GOL DE JEH
E do desdobramento da cobrança de um lateral, pelo lado esquerdo do ataque pontepretano, a bola rebatida ficou com Igor Inocêncio, que devolveu-a à área adversária, de cabeça, encontrando o centroavante Jeh livre de marcação e pronto para finalizar de canhota e ampliar a vantagem aos 33 minutos, com bola no canto direito.
Dois minutos depois, em nova cochilada de marcação do miolo de zaga cearense, faltou confiança para o atacante pontepretano Matheus Régis marcar o terceiro gol, com chute fraco de pé esquerdo e sem direção.
Outra vez apareceu Matheus Régis, em jogada ofensiva da Ponte Preta, aos 40 minutos, e, após passe visando a chegada do centroavante Jeh, o zagueiro Matheus Felipe quase marcou contra, na tentativa de interceptação, com defesa do goleiro Richard.
Naquele período, o Ceará não ameaçou a meta do goleiro Pedro Rocha, da Ponte Preta, uma vez sequer, mesmo com a tentativa de seu treinador Wagner Mancini de inverter o posicionamento de Erick Pulga para o lado direito, visando levar vantagem sobre Igor Inocêncio.
VAR CONFIRMA PÊNALTI
Na tentativa de reverter aquela situação, Mancini sacou o seu zagueiro Matheus Felipe para entrada do meia Guilherme Castilho, recuando o volante Jean Irmer para a zaga.
No entanto, jamais imaginava que, em toque de primeira e com sabedoria de Dodô, o atacante Iago Dias projetasse pelo lado esquerdo e, na tentativa de cruzamento, a bola tocou no braço de Irmer dentro da área, em lance não marcado pelo árbitro André Luiz Bento, porém corrigido providencialmente pelo VAR, aos 11 minutos, com anotação do pênalti convertido três minutos depois por Dodô, com chute rasteiro no canto esquerdo.
Naquela altura, o Ceará já contava com o atacante Mugni pela direita e Erick Pulga havia voltado ao lado esquerdo, sofrendo faltas que provocaram cartões amarelos para Luiz Felipe e Mateus Silva.
GOL DE HONRA
Como o Ceará tinha posse de bola no ataque, chegou ao gol em jogada que começou pela esquerda.
Em finalizações de Facundo Castro, na primeira o goleiro Pedro Rocha defendeu; na segunda houve desvio de Kaique Barbosa, marcando o gol de honra dos visitantes, aos 25 minutos.
Depois disso, foi a Ponte Preta quem contou com mais duas chances reais para ampliar a vantagem, mas numa delas registro para outra hesitação de Matheus Régis na definição da jogada, enquanto Castro, após mais uma cobrança de escanteio, exigiu defesa difícil do goleiro Richard, em cabeçada que a bola tinha o endereço certo.