Antes de entrar no assunto Nelsinho Baptista, novo treinador da Ponte Preta, um recado aos cartolas dos clubes de Campinas: o que o ‘ceis’ fizeram na tarde desta quarta-feira?
De certo sequer recomendaram aos profissionais de suas respectivas comissões técnicas para que dessem uma espiadinha no jogo da categoria sub20 em que o Santos perdeu para o Atlético Mineiro por 2 a 1.
Calma!
Antes que você interrogue o que tem uma coisa a ver com outra, cabe esclarecer que conversando amistosamente com um ex-dirigente de clube campineiro, ele sugeriu que eu assistisse à citada partida, com o sábio argumento que, caso verificasse algum destaque no Galo mineiro, a possibilidade de trazê-lo sem custo seria real.
O argumento é factível: na hipótese de consentimento do Atlético para empréstimo do atleta, a lógica indica que se responsabilizaria pelo pagamento do salário e não haveria custo pelo empréstimo.
É que, em troca, no final do ano receberia o retorno do atleta mais ‘canchado’ e visibilidade maior, após ter sido colocado na vitrine do futebol brasileiro.
ISAAC
E lá vou eu, com a habitual loucura de assistir jogos, e me certificar que o atacante Isaac, que flutua das beiradas do campo por dentro, se encaixaria plenamente em Ponte Preta e Guarani.
Por que?
Porque tem o dom do drible e agilidade para definir com rapidez um passe capaz de colocar companheiro na cara do gol.
Pronto. Já seria o suficiente para a indicação, mas, como jornalista que se preza busca mais informações, com uso da ferramenta Google, eis que a resposta é atacante artilheiro:19 gols em 25 jogos na temporada passada.
Sem tirar a bunda da cadeira a gente observa essas coisas, enquanto cartolas só sabem reclamar do mercado inflacionado quando se busca contratações.
NELSINHO BAPTISTA
Como o portal da casa – o FI – fez questão de traçar um histórico de Nelsinho Baptista desde a estreia dele como lateral-direito da Ponte Preta, contra o São Carlos, em 1967, vai aqui uma confissão: naquele jogo, juntei-me aos colegas do bairro Proença para ser gandula, e levei uma ‘dura’ do lateral identificado apenas como Nelson: ‘Pegue a bola logo, garoto’, esbravejou.
Como esquecer? Foi época que a gente também não perdia jogos do Guarani, e pulando o muro da antiga arquibancada central, correndo para escapar de seguranças com pedaços de paus nas mãos, para amedrontar invasores.
Tudo isso por falta de dinheiro para pagar o ingresso.
Citar Nelsinho Baptista como treinador que conhece as ‘mumunhas’ da bola é chover no molhado.
ÉLVIS
Da entrevista coletiva com o treinador, nesta quarta-feira, sabiamente o repórter Fernando César, da Rádio Central de Campinas, fez a pertinente pergunta sobre o meia Élvis, ocasião que a resposta foi curta e grossa: “É um jogador que, tecnicamente falando, é muito bom, mas tem alguma dificuldade em movimentação, e tudo isso nós conversaremos, para fazer com que possa render dentro do esperado”.
Sem polemizar, Nelsinho Baptista deixou claro que fisicamente o atleta precisa melhorar, restando saber qual estratégia será adotada.
COLETIVOS
Nas entrelinhas, Nelsinho Baptista deixou evidenciado que vai adotar os velhos treinos coletivos, que batizou, de jogos-treinos contra a equipe B e de juniores, para observação de garotos da base.
Confirmando-se a tese, sabiamente estaria contrariando conceitos questionáveis de treinadores que só adotam treinos táticos.
A rigor, ensaios táticos da bola parada ele já avisou que serão atribuições de seu auxiliar-técnico direto Nenê Santana.