Na tarde deste domingo, em Itu, o treinador João Brigatti, da Ponte Preta, se superou. Foi dar uma de ‘mandrake’ e conseguiu desarrumar aquilo que já não era aceitável contra o Ituano, nesta derrota por 2 a 0, na sequência da Série B do Campeonato Brasileiro.
Imaginou que a sua equipe pudesse ganhar volume ofensivo ao sacar um zagueiro – caso de Luis Haquín – para colocar um atacante, com a entrada de Renato, no intervalo.
Projetou não deixar o miolo de zaga desguarnecido com o recuo do volante Émerson, para fazer parceria com Castro.
Difícil entender esse processo de invenção de Brigatti, mesmo com justificativa de que Émerson já atuou na posição.
Claro que não foi apenas por isso que a Ponte Preta perdeu para o então lanterna da competição.
Tudo começou por Brigatti se equivocar mais uma vez na escalação da equipe.
LATERAIS
Custa para ele observar que o lateral-direito Igor Inocêncio não acrescenta absolutamente nada à equipe.
Igualmente ignora que o chileno Gabriel Risso já não merece vaga na lateral-esquerda, principalmente considerando-se contar na reserva com jogador do porte de Zé Mário.
Logo, o time pontepretano não explora adequadamente os corredores pelos lados do campo.
Se Inocêncio tem avançado um pouco mais, ora faz infrutíferos cruzamentos, ora é incapaz de jogadas consistentes.
ÉLVIS
A manutenção na equipe do meia Élvis é um caso à parte.
Se de fato tem validade quando a Ponte Preta atua em seus domínios e propõe o jogo, fora de casa, diante da maior posse de bola do adversário, ele se transforma num ‘peso morto’ pela falta de mobilidade e dependência esporádica de alguns lances de bola parada, o que não convém para uma competitividade como esta Série B.
Pior é que Brigatti ignora isso, mantém o atleta em campo o jogo inteiro, ignorando a impressão de que a Ponte Preta estaria em campo com dez jogadores.
FALTA ORGANIZAÇÃO
Pela conjuntura e falta de organização para a chegada da bola ao ataque pontepretano, até os 33 minutos do segundo tempo registro apenas para lances esporádicos, como logo aos 11 minutos, quando o goleiro Jefferson Paulino quase sofreu um ‘frango’ em chute de Iago Dias.
Chances reais, mesmo, apenas a partir dos 38 minutos do segundo tempo, quando a Ponte Preta já perdia por 2 a 0.
Em cruzamento de Dodô, da esquerda, inacreditavelmente Renato cabeceou a bola para fora, em lance típico de gol.
Quatro minutos depois, na bola alçada por Élvis, em cobrança de falta, a finalização do atacante Gabriel Novaes foi em cima do goleiro Jefferson Paulino.
Calma. Isso não significa que a Ponte Preta empataria o jogo com essas duas chances perdidas.
Por que?
Se o Ituano também aproveitasse chances claras, evidente que o placar seria ampliado.
O meia-atacante Tonny Ânderson recebeu passe açucarado do meia Eduardo Anderson, já dentro da área, e livre de marcação conseguiu perder gol feito.
Depois, quando Leozinho teve apenas o goleiro Pedro Rocha pela frente, chutou a bola para fora.
GOLS
Para reparar essas chances desperdiçadas, o Ituano chegou aos dois gols em curto período, a partir dos 11 minutos do segundo tempo.
Primeiro quando permitiram liberdade para que Tonny Ânderson dominasse a bola, ajeitasse e a colocasse no ângulo superior direito do goleiro pontepretano.
Depois, quando Émerson desviou a bola que chegaria a Eduardo Person, na pequena área, para escanteio.
Na cobrança, o zagueiro Claudinho ganhou por cima, e a bola se ofereceu para o zagueiro Wálber, livre de marcação, que completou a jogada com sucesso, aos 15 minutos.
Ao estabelecer a vantagem, o Ituano optou por se resguardar e recuperar as energias com as alterações feitas pelo seu treinador Alberto Valentim.
Todas as trocas feitas por Brigatti não prosperaram.
EXPULSÃO DE DODÔ
Não bastasse tudo isso, o meia-atacante Dodô, da Ponte Preta, ainda provocou expulsão em entrada criminosa sobre Ruan Carlos, do Ituano. Foi uma ‘tesoura’ desnecessária e fora de situação de perigo, aos 48 minutos do segundo tempo.