E aí Júnior Rocha, treinador do Guarani?
Você avisou à coletividade bugrina que derrotas e rendimentos aquém do esperado contra clubes que vieram do Brasileirão, na temporada passada, precisam ser compreendidos, mas sugeriu que em confrontos diante de adversários do nível Série B do Brasileiro o processo começaria a ser revertido.
Só que neste empate sem gols com o Paysandu, na noite deste sábado em Campinas, o torcedor bugrino conferiu os mesmos defeitos de jogos anteriores: falta de organização no meio de campo, raras jogadas pelos lados do campo e nenhum lance que exigisse pelo menos uma defesa difícil do goleiro Matheus Nogueira, do Paysandu.
Embora a constatação foi de um jogo em nível de igualdade, porque o Paysandu não soube ser contundente no último terço do campo, na prática ele esteve mais perto da vitória em três chances reais não convertidas.
Primeiro em chute de fora da área do volante Leandro Vilela com bola no travessão, aos 15 minutos. Depois, quando o zagueiro bugrino Léo Santos salvou bola em direção ao gol, quase na risca fatal, em finalização que teria sido do zagueiro Lucas Maia ou centroavante Nicolas, aos 22 minutos.
E não é que aos 43 minutos do segundo tempo, quase Léo Santos ‘entregou o ouro’ ao inimigo em saída errada de bola, perda da disputa para o atacante Edinho, que serviu Bryan Borges em condições de marcar, já dentro da área, mas o chute foi para fora.
E O GUARANI?
Na ponta do lápis, o Guarani ficou restrito ofensivamente a duas finalizações fracas do atacante Reinaldo, em cabeçada e chute, respectivamente em cada tempo de jogo, para defesas fáceis do goleiro Matheus Nogueira, e um chute sem direção do atacante Rafael Freitas.
Convenhamos: muito pouco para quem tem a obrigação de empreender reação e escapar do Z4 desta Série B do Brasileiro.
SÓ CORRERIA
Disposição para correr atrás da bola, Guarani e Paysandu tiveram até de sobra ao longo da partida, mas tecnicamente o jogo foi fraco.
Se o Paysandu cumpriu a promessa de seu comando técnico de partir para o ataque e jogar de igual por igual em busca do resultado, faltou-lhe a devida organização ao se aproximar da área bugrina, tanto que até o intervalo não havia criado uma oportunidade sequer de gol.
Já o Guarani, mais uma vez ficou sem a cobrada organização das jogadas, e mesmo quando se aproximou da área adversária, em incursões pelos lados do campo, abusava dos tais chuveirinhos.
E as arrancadas foram puxadas pelos atacantes João Victor e principalmente Reinaldo, pelo lado esquerdo, todavia sem consequências agudas.
LIMITAÇÕES TÉCNICAS
Difícil se extrair muito mais de um time que carece do meia organizador, que conta com um centroavante – como Luccas Paraizo – que raramente é abastecido em condições de completar uma jogada, e sem contundência em avanços de laterais.
A rigor, do lado esquerdo, Jefferson chegou ao fundo do campo em apenas uma vez ao longo da partida, e cruzando mal.
Provavelmente, apenas com retorno de titulares lesionados se poderá esperar algo diferente da equipe na competição.