Desde que mundo é mundo, torcedor de futebol sempre foi passional, e agora, na noite desta segunda-feira, não seria diferente.
Entende-se a revolta do bugrino ao ver o seu clube sofrer mais uma derrota em Campinas, agora para o América Mineiro por 2 a 1, de virada, mas cobrar mais do que os jogadores podem oferecer não é justo.
Quem precisa ser cobrado – com civilidade, é claro – são os dirigentes que montaram esse elenco extremamente limitado.
Tem-se que considerar que o treinador Júnior Rocha até conseguiu motivar os seus comandados para que sejam competitivos, que picotem o jogo, cerquem o adversário o tempo todo.
E mais: se o América Mineiro dispõe de um grupo de jogadores mais qualificado, que bem assimila a orientação tática imposta pelo seu treinador Cauã de Almeida de equipe compactada na marcação, com capacidade no desarme como poucos nesta Série B do Brasileiro, que picota o jogo quando necessário, e sabe se distribuir para iniciar as jogadas no ataque, claro está que tem mais recursos que o Guarani, o que justifica plenamente a vitória mesmo atuando no Estádio Brinco de Ouro.
RESGUARDAR
Foi válida a estratégia do treinador Júnior Rocha de optar por esquema mais resguardado, mas por vezes, ainda no primeiro tempo, usando marcação alta na saída de bola do adversário, todavia principalmente a opção de contra-ataque.
Foi assim que o zagueiro Douglas Bacelar, após cobrança de escanteio, ganhou a jogada por cima, mas a cabeçada foi pra fora, logo aos três minutos.
GOL DOADO
Aí, aos 18 minutos, o América doou gol ao Guarani, o que aparentemente facilitaria a empreitada dos bugrinos, pois, partindo-se do pressuposto que o adversário avançaria ainda mais as suas linhas, consequentemente deixaria a sua defesa desguarnecida.
A vejam que em arrancada do atacante Reinaldo, pelo lado esquerdo, o Guarani teve a chance de ampliar o placar, mas a trave e o zagueiro Eder, do Coelho, evitaram o segundo gol bugrino.
No gol doado, em recuo de bola fraco do zagueiro Ricardo Silva e saída atabalhoada da meta do goleiro Dalberson, prevaleceu a esperteza do centroavante bugrino Luccas Paraizo, que ganhou a jogada e empurrou a bola para o canto esquerdo.
EMPATE
Embora tenha em sua formação vários jogadores jovens, o América não se apavorou com a desvantagem, continuou no seu padrão de jogo de tocar a bola a procura de brechas para se infiltrar e finalizar, ou fazer jogada de fundo de campo.
E foi em cruzamento que chegou ao gol de empate, aos 29 minutos, quando o toque inteligente na bola do volante Juninho encontrou seu parceiro Renato Marques no fundo de campo, lado direito.
Aí, a bola alçada percorreu todo interior da pequena área e encontrou a cabeça de Fabinho, que testou de maneira indefensável: 1 a 1.
Como prevalecia o maior volume de jogo do América, optando por marcar em linha alta na saída de bola do Guarani, ele teve a chance de virar o placar em finalização de Moisés, com bola na trave, aos 37 minutos.
CHAY
Se é que se pode atribuir algum erro a Júnior Rocha, foi ter insistido na escalação do meia Chay, que mais uma vez não jogou absolutamente nada e foi substituído no intervalo por Gustavo França.
Outras substituições no time bugrino não resultaram em ganho de rendimento, enquanto prevaleceu, no segundo tempo, maior posse de bola do América, que poderia ter chegado ao segundo gol não fosse o lateral-esquerdo Jefferson ter travado chute do atacante Adson e, no lance seguinte, em cabeçada do zagueiro Éder, o goleiro Vladimir praticar defesa com grau de dificuldade.
O desenho do jogo era sempre o América mais próximo da meta bugrina.
Assim, em uma de suas finalizações, a bola tocou no braço do zagueiro Douglas Bacelar dentro da área, o VAR entrou em ação para solicitar revisão do lance, e o árbitro goiano Anderson Ribeiro Gonçalves confirmou o pênalti – após quatro minutos de paralisação – em lance convertido por Moisés, aos 34 minutos.