Por um erro no direcionamento, esta matéria foi colocada no Blog do Ari, quando a proposta seria o devido encaminhamento à página de Cadê Você, que está sendo recriada, com abordagens sobre ex-jogadores de Campinas.
,Os tempos são outros, literalmente, no futebol. Exemplo: que clube e atleta admitiriam, hoje, que um dos integrantes do elenco fosse caracterizado pelo apelido de Banana, incorporado na escalação da equipe?
Vindo do Distrito Federal para o Guarani em 1980, com passagens por Brasília e Gama, Banana encarava com naturalidade o apelido, mas dirigentes bugrinos da época propuseram amenizar parcialmente o sentido pejorativo da identificação do então atleta, com a incorporação do prenome Hernani, para assim ser identificado como Hernani Banana.
O apelo de dirigentes foi atendido parcialmente pela imprensa local, enquanto o atleta jamais se constrangia quando chamado pelo apelido, que no linguajar popular se caracteriza como alguém ‘molengão’, mas na prática Banana foi um profissional extremamente atuante, e valia-se de seu esforço físico para o devido encaixe na equipe bugrina.
À época, com parcial desmanche daquela equipe do Guarani campeã brasileira de 1978, o saudoso presidente Antonio Tavares Júnior, que havia sucedido o também falecido Ricardo Chuffi, havia priorizado a finalização das obras de ampliação do Estádio Brinco de Ouro – o chamado Tobogã – o que implicou em freio de investimentos em ‘peças’ de reposição no elenco, com o clube sinalizando em contratações de jogadores tidos como apostas e valorização dos revelados nas categorias de base, os chamados pratas-da-casa.
FALSO PONTA
Evidente que por não ter característica de um armador por excelência, o recomendável seria adaptar Banana em outra função.
Foi aí que o saudoso treinador Zé Duarte o descobriu como um falso ponteiro-esquerdo, com liberdade para ‘transitar’ por dentro e ajudar no trabalho de recomposição.
Assim, ele participou daquela equipe bugrina campeã da Taça de Prata de 1981, suplantando o Anapolina nas partidas finais, usando essa formação: Birigüi; Miranda, Jayme, Edson e Almeida; Edmar, Jorge Mendonça e Ângelo; Lúcio, Careca e Capitão.
PORTUGUESA
Banana deixou o Guarani em 1985, transferindo-se à Portuguesa, sem que por lá repetisse o rendimento anterior, tanto que na temporada seguinte foi liberado para atuar na Ferroviária de Araraquara.
E assim programou o encerramento da carreira em 1987, no Brasília, para posteriormente se alojar na cidade de Taguatinga, no Distrito Federal.
Hoje ele atua como comerciante e assina documentos com nome de registro de Ernani José Rodrigues, mineiro de Araguari, na iminência de completar 69 anos de idade.