JAN Antes de culparem a CBF, leiam aquilo que prevê o regulamento
Dias atrás, após vitória do Confiança que nem me recordo o adversário, fui 'corujar' aquilo que diziam cronistas de Aracaju, capital sergipana. Pra meu espanto, só faltavam os 'profissionais' da Rádio Jornal local pedirem autógrafos aos jogadores do time da casa, dada a euforia com o resultado. Aí retornemos à região Sudeste do País, onde se supõe que pau é pau e pedra e pedra, mas pedra continua parecendo pau. ![]() Se há uma regra na CBF, válida para competições nacionais, de que qualquer clube que disponha de 13 jogadores inscritos em condições de jogo a partida deve ser realizada, não há o que contestar. Regulamento, por sinal, bem lembrado pelo parceiro Ariovaldo Zanelli e reafirmado por Léo-PR, que lembra o favorecimento do Guarani quando enfrentou o CSA em Alagoas, época em que o mandante contava com 14 jogadores infectados. Alagoanos foram prejudicados, prevaleceu o regulamento, mas o Guarani perdeu no campo. Como sou legalista, e por entender que o acordado deve ser cumprido, não há porquê fazer média com o torcedor bugrino, e descer a 'madeira' na CBF. Nada disso. Meu princípio de isenção é o combustível pra que me mantenha vivo ao logo dos quase 50 anos de carreira jornalística. Houve, sim, irresponsabilidade de jogadores bugrinos, quer aqueles que descumpriram protocolos determinados pelo clube, quer exigidos pela CBF para não se infectarem. TODINHO E PABLO Viralizou na Internet vídeo em que o atacante bugrino Júnior Todinho 'curte' balada noturna, situação em que flagrado numa aglomeração aumenta o risco de contrair Covid-19, com consequente repasse no ambiente de trabalho. Jornalista Elias Aredes divulgou na Rádio Brasil Campinas que o polivalente Pablo participou de culto religioso em ambiente com aglomeração, quando o recomendável seria se precaver. E quando testes de Covid de jogadores diagnósticam positivo, a possibilidade de propagação do vírus se evidencia, porque entre eles raramente são cumpridos os protocolos de isolamento e higienização. Portanto, como sou legalista e acompanho aquilo que prevê o regulamento, de minha parte nada há a contestar sobre a posição da CBF, que até admitiu adiamento do jogo com o Cuiabá em 24 horas, mas a própria diretoria do Guarani preferiu a manutenção da data programada, nesta quinta-feira. PONTE PRETA Certo, sim, fez a direção da Ponte Preta quando multou e afastou em dez dias o atacante João Veras e volante Danrley, que descumpriram protocolo exigido pelo clube para evitar contrair e transmitir Covid-19. Faltou ao Guarani esse monitoramento para identificar quem foi o responsável pra colocar o vírus dentro do Estádio Brinco de Ouro, assim como desatenção à exigência protocolar dos jogadores para evitar propagação.
JAN Típica derrota avisada; de quem é a culpa, hein Guarani?
![]() Jenison: quarto gol Agora não é especulação ou achismo. Agora é matemática: ao ser goleado por 4 a 0 para o Cuiabá, na noite desta quinta-feira no Mato Grosso, ao Guarani restam remotas esperanças de acesso nesta Série B do Campeonato Brasileiro, apenas na disputa pela quarta vaga. Claro que o Guarani terá que remover montanha pra que isso aconteça, mas ainda é possível. Só que terá que vencer todos os seus jogos e esperar uma infinidade de combinações de resultados de concorrentes. Como América Mineiro e Chapecoense já subiram ao Brasileirão de 2021, o Cuiabá ficou bem próximo do objetivo com 58 pontos, limite que já não pode ser alcançado pelo Guarani. Melhor, então, pra quem 'briga' por essa suposta quarta vaga, em que surpreendentemente até o Operário entrou no bolo, ao chegar aos 51 pontos e com mais três jogos a realizar. Além dele, CSA, Juventude, Avaí e Ponte Preta estão no páreo. COVID É voz corrente que o Guarani entrou em campo já derrotado por causa da Covid-19, visto que no banco de reservas dispunha de dois jogadores: atacante Rafael Costa e volante Lucas Abreu, que viajou às pressas de Campinas, no final da tarde, para se incorporar à delegação no estádio, 20 minutos antes do início da partida. O Guarani entrou derrotado porque teve que escalar o quarto goleiro de seu elenco, o garoto da base Lucas Cardoso, sem um reserva à posição. Como derrotado antes da bola rolar? Bastava qualquer jogador do Cuiabá provocar entrada mais dura para tirar o goleiro bugrino do jogo. Assim a derrota seria inevitável com improvisação de jogador de linha na meta. E pensam que o atacante Elton, do Cuiabá, não pensou nesta hipótese? Aos 32 minutos do primeiro tempo, quando o time mato-grossense já vencia por 1 a 0, ele esticou demais a perna numa dividida com o goleiro Lucas Cardoso, que por sorte sofreu apenas arranhão. E quem garante que se o jogo estivesse apertado o filme não se repetiria com outro jogador do Cuiabá, mesmo que o 'preço' de imprudência custasse expulsão? Como a CBF ofereceu ao Guarani a única alternativa de adiar o jogo para esta sexta-feira, no mesmo local, restou aos dirigentes apressarem a viagem de Lucas Abreu, porque nada resolveria atrasar a realização do jogo em um dia, com os mesmos jogadores disponíveis. CRISTÓVAM Foi o típico confronto que não requer dissertação tática, porque em qualquer circunstância o Cuiabá proporia o jogo. Problema é que o Guarani reincidiu no erro de iniciar o jogo no campo do adversário, e assim proporcionar-lhe contra-ataques, como aquele em que o seu lateral-direito Cristóvam perdeu na corrida para o atacante Felipe Marques. E ao cometer falta por trás, a cerca de um metro da entrada da área, foi expulso aos nove minutos. Então, o que já era ruim ficou péssimo. E mesmo com um homem a menos o Guarani não desistiu de atacar, tanto que antes de sofrer, o gol aos 30 minutos, ameaçou durante três vezes a meta adversária. Aos 13 minutos, o seu atacante Bruno Sávio exigiu reflexo do goleiro João Carlos para defesa. Incontinenti, na cobrança de escanteio, o próprio Sávio cabeceou a bola na trave. E sete minutos depois, outra vez João Carlos evitou gol de Sávio. MAIS NADA A partir de então o Cuiabá trabalhou a bola até o último terço do campo, espetando seus dois laterais ao ataque, e ficou a espera de erros dos bugrinos para explorá-los. O primeiro ocorreu quando se permitiu que o zagueiro Ânderson Conceição testasse e exigisse defesa do goleiro Lucas Cardoso. Só que o rebote se ofereceu para Marcinho, que empurrou a bola pra rede. Cinco minutos depois, Marcinho escorou de peito, em posição duvidosa, com prosseguimento do lance e finalização certeira do atacante Elton: 2 a 0. E a vantagem só não foi ampliada aos 40 minutos porque Romércio salvou quase na linha fatal finalização do meia Élvis. MAIS DOIS Como o Cuiabá manteve o ritmo intenso no começo do segundo tempo, obrigou o Guarani a ficar acuado em seu campo de defesa. Foi quando numa bola cruzada da direita e desviada pelo zagueiro Didi, a sobra ficou com o meia Rafael Gava que marcou o terceiro dos mandantes. Depois disso, já com Lucas Abreu no lugar de Marcelo, a proposta do Guarani era evitar que o placar ficasse mais elástico. A rigor, o Cuiabá aproveitou o momento pra fazer as cinco trocas de jogadores e tocar a bola para deixar o tempo passar. Acertadamente o Guarani fez o mesmo - propositalmente e de forma improdutiva -, para evitar que o adversário ficasse com a bola e lhe criasse mais embaraço. E assim o jogo foi se arrastando até que aos 27 minutos o atacante Jenison, do Cuiabá, explorou bola que escapou das mãos do goleiro Lucas Cardoso, para aumentar a goleada de sua equipe: 4 a 0. O quinto gol só não saiu porque o meia Matheus Barbosa, quase na pequena área, livre, cabeceou a bola pra fora. COBRAR RESPONSABILIDADE Departamento de Futebol do Guarani e diretoria devem explicações sobre exagerado caso de Covid. Como e aonde se deu a transmissão de um jogador para outro? Todos os protocolos fora do gramado foram cumpridos rigorosamente? Houve isolamento social, uso de máscaras, higienização, se evitou beber água do mesmo pote, procederam distanciamento protocolar em refeitórios, hotéis, ônibus, churrasco durante folga de trabalho, etc? Se o contágio foi no avião, isso deve ser esclarecido? Seja como for, houve descuido, falta do devido monitoramento para que resultasse nessa situação.
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