ABR Aos poucos a Ponte Preta começa a ter uma cara
Se antes havia razão apenas para ressaltar o espírito competitivo e intensidade na busca do resultado pela Ponte Preta, agora já se começa verificar processo de crescimento em seu futebol, com base na vitória por 2 a 0 sobre Brusque, na noite deste sábado em Campinas. Desde o jogo contra o CRB, quando a Ponte Preta colocou em prática maior volume ofensivo, claro estava que faltava sentido de organização para construções de jogadas e consequentemente criar oportunidades de gols. Pois diante do Brusque a Ponte Preta já adicionou ingredientes em sua conceituação tática. Foi mostrado sentido de organização de jogadas pelo lado direito, com frequentes incursões do lateral-direito Norberto e triangulações pelo setor com a aproximação do volante Léo Naldi e presença do atacante de lado Danilo Gomes. GOL DE NORBERTO E foi acreditando nestas transições ao ataque que Norberto fez jogada pessoal e arriscou chute de fora da área, contando com a colaboração do goleiro Ruan Carneiro que caiu tarde na bola, aos 15 minutos do primeiro tempo: Ponte 1 a 0. Troca de passes com mais rapidez para se chegar ao ataque foi outra coisa implementada, embora ainda haja incidência considerável de erros, sujeitos à correção. Jogada combinada de bola parada, como na cobrança de escanteio no segundo pau, em que Léo Naldi ajeitou para cabeçada de Lucca foi coisa treinada, apesar do toque fraco na bola e defesa sem problema de Ruan Carneiro. FELIPE AMARAL Acreditar em garoto da base como o volante Felipe Amaral foi um ganho, considerando-se a vulnerabilidade no setor após incontáveis tentativas. Confiante pelo apoio recebido, Amaral tem pautado por mais desarmes e assim oferece maior consistência ao quarteto defensivo, que igualmente deixou de cometer erros crassos como aqueles verificados no período de insistência com o lento zagueiro Fabrício. AINDA FALTA Reconhecimento desses pontos favoráveis não significa que o formato esteja devidamente ajustado. Echaporã, designado como atacante de beirada, ainda está devendo melhor rendimento, embora um chute dele, em cobrança de falta, tenha resultado em bola explodindo no travessão do adversário. Se Ramon Carvalho se vale do espírito competitivo, questiona-se sua capacidade de organização, e o time ganhou leveza quando ele cedeu lugar para Wallisson, que faz por merecer chance para iniciar partida. Como a Ponte Preta já finalizou mais comparativamente a outras partidas, foi premiada com o segundo gol, que nasceu em cobrança de escanteio aos 21 minutos, em cabeçada de Wallisson e complementação de Lucca. WAGUINHO DIAS Com intenção de congestionar o meio de campo, o treinador Waguinho Dias, do Brusque, optou pela escalação de quatro homens no setor, sem que isso resultasse em progressão à área adversária. É que o organizador de jogadas - meia Diego Jardel - esteve apagado, o veterano lateral-direito Pará já não dispõe daquela volúpia ofensiva de outrora, e quando das bolas cruzadas faltava o atacante centralizado para completação. O erro do treinador Waguinho Dias foi posicionar Alex Sandro - homem de área - aberto pelo lado direito, enquanto Fernandinho ocupou o seu posto pelo lado esquerdo. Provavelmente Waguinho tenha apostado na chegada à área adversária de meio-campistas, o que na prática não ocorreu. Portanto, vitória inquestionável da Ponte Preta, que agora terá a semana cheia para os preparativos ao dérbi campineiro no domingo oito de maio.
ABR Nova oportunidade pra se avaliar suposta melhoria do time pontepretano
Internauta que se identificou como 'Calão' - provavelmente na primeira aparição nos comentários, domingo passado - mirou a metralhadora pro meu lado e disparou, de certo interpretando linha de pensamento de torcedores passionais: “Quando a Ponte perde, é o pior time do mundo. Quando ganha, o adversário era fraco e a vitória é sempre desvalorizada. Quem gosta de futebol e diz que não torce para time nenhum....Desconfie....é migué”. A linha plural deste espaço só implica em censura a quem apela feio, o que não foi o caso de Calão, que apenas manifestou o seu ponto de vista. Já disse incontáveis vezes que o analista de futebol que se aprofundou nos bastidores de clubes e enxergou tudo aquilo de podre que existe no meio, só vai manter predileção clubística se não tiver 'simancol, pra não dizer outra coisa. Portanto, melhor que vocês não saibam o tamanho da fedentina no mundo da bola. SARDINHA PRA BRASA Faz parte da cultura de comunicação do futebol que radialistas e jornalistas de cidades do interior paulista - e quiçá do Brasil - puxem a brasa para a respectiva sardinha. Pra dizer o português claro, puxam o saco dos clubes da cidade e assim massageiam o ego dos torcedores. Décadas passadas, enquanto repórter, já fiz coro neste time, embora não fosse coisa tão acintosa. 22 JOGADORES Essa receita deixou o torcedor mal acostumado, e por isso é compreensível a ira de Calão. O que alguns ainda não se deram conta é que análise no blog mira 22 jogadores em campo e não apenas onze, como é praxe por aí. Logo, a inoperância do CRB foi sublinhada neste espaço na derrota para a Ponte Preta, porém sem desmerecimento ao espírito de luta, intensidade e volúpia ofensiva pontepretana, sem que isso se transformasse em reais oportunidades de gols, exceto na bem trabalhada jogada que resultou no gol do atacante Lucca, que definiu a partida. Se a bola 'voou' na área adversária, no chamado chuveirinho, é sinal que faltou criatividade para construção de jogadas por baixo. VASCO Aí veio o jogo com o Vasco e o torcedor pontepretano acreditou que algo além da competitividade seria colocado em prática pelo seu time. Na prática, mesmo diante de um fragilizado Vasco, a Ponte não soube construir o resultado, sinal que ainda não estava preparada para tal. Isso colabora com a fala do treinador Marcelo Cabo, do CRB, à Rádio Gazeta FM de Maceió, na programação vespertida de quinta-feira, quando caracterizou como injustiça o seu time perder para o Náutico, mas fez questão de enfatizar que 'não jogou na nada no sábado, contra a Ponte Preta'. PROCESSO DE CONSTRUÇÃO Oxalá, então, a Ponte Preta esteja em processo de construção para se conferir brevemente uma nova cara para o time. Indispensável transpiração não tem faltado, e bola chega ao ataque mais vezes. Se os laterais estão mais soltos, cobra-se combinações de jogadas pelos lados do campo, para que não prevaleça a insistência de bola alçada à área adversária. Vem aí o igualmente competitivo Brusque. Portanto, nova chance pra se avaliar esse processo de construção do futebol da Ponte Preta. Convenhamos que melhorar insistindo em jogadores como Matheus Anjos, Pedro Júnior e Jean Carlos é difícil.
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