JUN Goleada foi exagero, mas que o Guarani mereceu perder, isso mereceu
Convenhamos que o Guarani não mereceu outra sorte na partida da noite desta segunda-feira, no Estádio Brinco de Ouro, mas ser goleado por 3 a 0, como foi, claro está que o placar também não reflete com fidelidade aquilo que foi a partida. Não se enganem quando disserem que o Guarani criou incontáveis chances, pois isso não reflete a realidade. Jogador arriscar chute de fora da área e sem direção como fizeram Yago, Lukão, Ronaldo Alves e Rodrigo Andrade não significa absolutamente nada. Houve chute defensável de Rodrigo Andrade e apenas uma finalização de Giovanni Augusto que exigiu defesa com nível de dificuldade do goleiro Vanderlei. PÊNALTI Afora isso, o pênalti marcado pelo árbitro Maguielson Lima Barbosa não pode ser contestado, visto que a bola na mão bateu do atacante Silvinho do Operário, aos 50 segundos do segundo tempo, dentro da área. Na cobrança, Giovanni Augusto desperdiçou. A bola foi espalmada pelo goleiro Vanderlei e explodiu no travessão, na sequência. OPERÁRIO APROVEITA Já o Operário chutou cinco bolas em direção ao gol bugrino, e contou com aproveitamento extraordinário. A primeira vez ocorreu apenas aos 37 minutos do primeiro tempo, em escapada do volante Fernando Neto pela esquerda, passe para trás visando a chegada de Silvinho, que chutou de primeira, no canto esquerdo baixo do goleiro Kozlinski, sem chances de defesa: Operário 1 a 0. Depois, duas vezes em cobranças de faltas através do atacante Paulo Sérgio. Se na primeira Kozlinski defendeu, na segunda a bola explodiu no travessão. Nas duas outras bolas chutadas em direção à meta bugrina, e de fora da área, com Kozlinski muito adiantado, Tomaz Bastos marcou aos 38 e Pavoni aos 42 minutos. NADA DE CHAMUSCA Qual a cara do treinador Chamusca no comando do Guarani? Nenhuma. Claro está que a boleirda bugrina procura se desdobrar em campo, o time mostra intensidade, mas isso se restringe apenas à obrigação de qualquer equipe. Como o Operário entrou em campo desligado, cedendo espaço para o Guarani colocar em prática jogadas de velocidade, deixou a impressão que pudesse construir a vantagem nos primeiros 15 minutos. Aí, quando o Operário foi ajustando o cinturão de marcação na cabeça da área, coube ao Guarani apenas rodar a bola no seu campo de ataque, porém sem capacidade de penetração, até que o adversário recuperasse a posse. E isso se repetiu ao longo da partida, numa clara demonstração que Chamusca não conseguiu potencializar individualidade de seus atletas para jogadas pessoais, a fim de que haja infiltração sobre defensores adversários. Ficou a impressão que a boleirada bugrina tem receio de tentar o drible e perder a bola, e por isso opta pelo passe até sem objetividade. Afora isso, excesso de bola alçada à área adversária, basicamente na base do desespero, desconsiderando-se que o Operário atuava com três zagueiros com potencial no jogo aéreo defensivo. DIOGO MATEUS A desarrumação tática do Guarani ficou explícita quando o time partiu com tudo sobre o Operário e a defesa ficou exposta ao contra-ataque. Num desses, paradoxalmente puxado pelo lateral-direito Arnaldo, como se fosse ponteiro-esquerdo, fatalmente ele ficaria na cara do gol quando o lateral-direito Diogo Mateus, do Guarani, trocou o gol pela expulsão, ao cometer falta. CLAUDINEI DEMOROU E com um a menos desde os 14 minutos do segundo tempo, o Guarani continuou afoito e o Operário só ficou sem posse de bola pela demora de seu treinador Claudinei Oliveira em fazer substituições, para oxigenar a equipe. Se havia um buraco na lateral-direita do Guarani, recomendável seria Saraiva ter substituído o cansado Silvinho bem antes dos 37 minutos, assim como Claudinei não teve percepção que o meia Rafael Chorão nada acrescentava, com ganho notório a partir da entrada de Pavani no lugar dele.
JUN Se a Ponte Preta enfrentar aquele Ituano que jogou em Tombos pode dar 'samba'
Postagem dupla neste domingo. Abaixo busco outro ângulo para registro do empate sem gols de Palmeiras e Atlético Mineiro. Aqui, o assunto é relacionado à Ponte Preta. Terça-feira que vem tem mais Ponte Preta. E qual Ituano ela vai encontrar na cidade de Itu? Impossível que seja aquele Ituano acovardado, que perdeu para o Tombense por 2 a 1, na noite de sábado, em Tombos (MG). Nos atemos ao bordão de um filósofo de botequim em que 'cada jogo tem a sua história'. Se hipoteticamente a Ponte encontrar o mesmo Ituano de sábado, a sua chance de reabilitação seria considerável. No entanto, o treinador do Ituano, Mazola Júnior, não deve repetir aquela paúra de colocar seu time atrás e optar apenas pelo contra-ataque. Avisem ao Mazola Júnior que jogar em Tombos (MG), com poucas dezenas de pagantes, em nada se assemelha a jogos na condição de visitante. Logo, o mínimo que se esperava era que o Ituano medisse força de igual por igual. O QUE EXPLORAR? Convencionando-se que agora o Ituano vai se encorajar e sair pro jogo, então restaria a pergunta inevitável: o que se esperar da Ponte Preta? Desde que o seu compartimento defensivo esteja bem ajustado e evite atalhos a serem explorados pelo time mandante, há sim como explorar vulnerabilidade do Ituano. Onde? Reveja o segundo gol do Tombense e certifique que o atacante Cleiton ganhou facilmente na velocidade do zagueiro Léo Santos, do Ituano, finalizou, e a bola se ofereceu para o também atacante Ciel apenas empurrar pra rede. DANILO GOMES Considerando-se que o Ituano vai sair pro jogo, espaços serão oferecidos em sua defensiva. Recomendável, no caso, é que o treinador Hélio dos Santos, da Ponte Preta, dê uma calibrada no homem encarregado do passe para o atacante Danilo Gomes, não na beirada do campo, e sim por dentro, pela meia direita, justamente para provocar o enfrentamento de mano de seu atleta com o zagueiro Léo Santos. Claro que este é apenas um dos desenhos que o treinador pontepretano pode colocar em prática. Todavia, convenhamos que, se bem ensaiado, seria um indicador recomendável. Em última análise, Danilo poderia sofrer falta nas proximidades da área, e aí passou da hora de se preparar o cobrador, para se tirar proveito deste expediente. VIDRAÇA Podem argumentar que não é atribuição do crítico dar palpites sobre aquilo que treinadores devem fazer, até porque são bem remunerados para a função. Discordo. Compete ao receptor da mensagem refleti-la, assimilá-la ou descartá-la. Diferentemente de incontáveis aproveitadores que fazem os personagens de vidraça, neste espaço a crítica geralmente é seguida de alternativas que possam ser viáveis. DOIS TOQUES Público pagante, veja o contraste: Bahia e Criciúma com 32.811 pagantes; Guarani e Vila Nova contou com 1.785. Sampaio Corrêa: logística de viagem complicadíssima. Tempo de voo de São Luís (MA) a São Paulo gira de três horas e meia a quatro horas e quarenta. Acrescente mais 403 quilômetros de voo rasteiro até Novo Horizonte. Depois, nova ginástica em rodovias para o jogo em Criciúma, na terça-feira. Treinar pra que? Nove jogadores: exatamente esse foi o número de jogadores com passagens por Guarani e Ponte Preta que estiveram em campo no duelo entre Operário x Cruzeiro: Arnaldo, Thales, Felipe Saraiva, Ricardinho, Silvinho, Paulo Sérgio, Bidu, Rafael Santos e Neto Moura. Ainda não existem comentários. |