JUL Empate com Brusque é normal; anormal é desperdício da chance de vencer a Chapecoense
Tenho citado reiteradamente que assistir à jogos da Série B do Campeonato Brasileiro é primordial para se acompanhar o termômetro da competição. Quando o Brusque empatou com o Grêmio por 1 a 1, em Santa Catarina, citei aqui, sem pestanejar, que seria mais lógico o Guarani trazer três pontos de Chapecó, porque encontraria mais resistência quando tivesse que enfrentar o Brusque. Pois comemoraram aquele empate sem gols contra a Chapecoense, ignorando que o Brusque poderia ser uma pedra no caminho. E foi. Mesmo sem repetir a atuação diante do Grêmio, alcançando no máximo 60% daquilo que havia mostrado naquela partida, o Brusque arrancou empate por 1 a 1 diante do Guarani, na manhã/tarde deste domingo, em Campinas. Surpreendeu, sim, o Brusque colocar em prática uma postura extremamente defensiva nos primeiros 18 minutos, o que foge de sua conotação tática. Foi o período em que aceitou a imposição ofensiva do Guarani e correu risco em suas ocasiões de sofrer gols em lances de bola aérea. Primeiro aos seis minutos, quando na cabeçada do zagueiro João Victor a bola chocou-se contra o travessão; depois, aos 12min, ocasião em que o zagueiro Derlan, de cabeça, obrigou o goleiro Jordan a praticar defesa. BRUSQUE SAI DA TOCA Quando o Brusque se conscientizou que também precisaria jogar, a partida ficou equilibrada no restante do primeiro tempo, inclusive o seu atacante Alex Sandro chutou a bola para fora, após limpar a jogada nas proximidades da área. E com chegadas mais frequentes ao ataque, o Brusque chegou ao gol logo aos sete minutos do segundo tempo. Foi quando o seu meia-atacante Álvaro teve incrível liberdade para ajeitar a bola, sem que o zagueiro bugrino Derlan se aproximasse para o combate. Assim, a finalização de Álvaro foi certeira, no ângulo direito do goleiro Kozlinski: Brusque 1 a 0. PÊNALTI A reação imediata do treinador bugrino Mozart Santos foi proceder três alterações de uma só vez, para entradas de Marcinho, Yago e Lukão nos postos de Isaque, Júlio César e Nicolas Careca. Como o lateral-direito Diogo Mateus foi chamado no intervalo para o lugar de Lucas Ramon, o Guarani 'queimava', ali, quatro das cinco alterações a que tem direito. O Guarani chegou ao empate aos 11 minutos, devido à desatenção do lateral-direito Edílson, do Brusque, que disputou jogada com o braço aberto já dentro da área - mesmo que de costas -, cometendo, portanto, o toque que caracterizou o pênalti, convertido por Diogo Mateus. E não é que Álvaro quase reprisou o lance convertido em gol do Brusque, quando, na mesma posição e liberdade proporcionada novamente por Derlan, exigiu defesa do goleiro Kozlinski, na finalização aos 15 minutos. TROCAS DO GUARANI Daí pra frente, o Guarani foi favorecido pelas trocas feitas por Mozart - exceto Marcinho que voltou a jogar mal. No corredor do lado direito já fluíam jogadas de Diogo Mateus com Yago, e começaram a surgir oportunidades para os bugrinos. Primeiro na bola alçada por Bruno José, mas, no cabeceio, Lukão a colocou para fora. Depois quando Lukão serviu Madison, que exigiu defesa do goleiro Jordan. Por fim, na bobeada do zagueiro Fábio Alemão, que perdeu a bola para Lukão, mas em tempo de interceptar chute de Bruno José, cedendo escanteio. Assim, como ficou no empate por 1 a 1, o desafio do Guarani, agora, será aprofundar a crise do Sport na próxima quinta-feira, em Recife.
JUL Força física da Ponte Preta abre perspectiva otimista para se salvar do risco maior
Apesar da natural derrota para o Grêmio por 2 a 1, restou a certeza, ao pontepretano, que o exemplar condicionamento físico da equipe dá perspectiva de superação neste segundo turno do Campeonato Brasileiro da Série B. No segundo tempo, enquanto o Grêmio 'morreu' em campo fisicamente, a Ponte Preta sobrou neste aspecto, e isso a ajudou a fazer diferença com maior volume de jogo. Problema que apenas intensidade nem sempre é a solução, principalmente diante de uma equipe com aceitável postura defensiva, como o Grêmio. De uma situação adversa durante o primeiro tempo, quando chutou apenas uma bola em direção ao gol adversário, através de Felipe Amaral, para fácil defesa do goleiro Gabriel Grando, a Ponte conseguiu ter o domínio do jogo no segundo período da partida disputada na tarde deste sábado na Arena Grêmio, em Porto Alegre. DIOGO SOUZA Enquanto o Grêmio estava 'inteiro' em campo, usou a técnica de seus jogadores para decidir. Primeiro através do centroavante Diogo Souza logo aos nove minutos, quando aproveitou vacilo de marcação do zagueiro Thiago Oliveira, e, de costa para a meta, arriscou giro e finalização certeira. Foi o típico lance em que narrador nem pode gritar gol, pois precipitadamente o bandeira marcou impedimento, em seguida confirmado pelo árbitro Paulo César Zanocelos da Silva, mas providencialmente o VAR corrigiu o erro, pois era legal a posição do atacante gremista. Incontinente, o Grêmio abaixou as linhas e fez opção para explorar contra-ataques, mas o seu segundo gol foi fruto de bola perdida pelo volante pontrepetano Léo Naldi, desarmado por Villasanti, que acionou Ferreira na velocidade. Quando da finalização do gremista, a bola tocou na trave aos 24 minutos, e sobrou para Campaz apenas empurrar pra rede. TROCA NO 1º TEMPO Aí bateu desespero no treinador pontepretano Hélio dos Anjos, que sacou Nicolas e Barcia, para entradas de Fessin e Da Silva, aos 33 minutos do primeiro tempo. Foi quando a Ponte Preta passou a ter mais posse de bola de que o Grêmio, porém sem organização ofensiva, exceto quando o volante Wallisson procurava ser condutor. Quis o destino que o atleta da Ponte de melhor rendimento - caso de Wallisson - diminuísse o placar ao acertar cabeçada em cobrança de escanteio, aos 12 minutos do segundo tempo. Depois disso, a Ponte intensificou o volume ofensivo, deixando o Grêmio acuado em seu campo defensivo, mesmo apoiado por 43.687 torcedores, que foi o público pagante neste jogo. SÓ DUAS CHANCES Apesar do volume, em apenas duas ocasiões a Ponte Preta voltou a ameaçar a meta adversária. Primeiro quando o zagueiro gremista Rodrigues - que havia substituído Geromel no intervalo - escorregou, perdeu a disputa para Fessin, mas providencialmente o volante Villasanti, do Grêmio, travou, cedendo escanteio. Depois, já aos 41 minutos, quando Da Silva serviu Echaporã, que exigiu defesa do goleiro Gabriel Grando. GRÊMIO 'PREGOU' Na segunda metade do segundo tempo, atacantes do Grêmio sequer tinham 'gás' para jogadas de velocidade. Por isso, demorou para o treinador Roger Machado sacar Ferreira, para entrada de Janderson, assim como foi uma desproporção deixar em campo até o final da partida Diego Souza, que andava literalmente. Apesar da derrota e de ainda permanecer grudada à zona da degola, resta, à Ponte Preta, perspectiva animadora de escapar do perigo, pois poucas equipes se nivelam a ela em intensidade e doação dos atletas em campo.
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