O jornalista Artur Eugênio, bugrino confesso desde o final dos anos 60, elegeu o agora saudoso Éderson como o melhor volante de todos os tempos do Guarani.
O nome de Éderson veio à tona porque morreu neste 11 de julho, vítima de câncer, em Lajeado (RS), aos 69 anos de idade.
Que o gaúcho Ederson Lopes Teixeira da Silva está obrigatoriamente entre os melhores volantes da história do Guarani, não se questiona.
De certo não foi o melhor da posição, pois pelo clube passou o lendário e também saudoso José Carlos Bernardes, um dos trunfos do clube para a conquista do histórico título brasileiro de 1978.
Além de Éderson e Zé Carlos, Flamarion Nunes Tomazela também cravou seu nome como um dos principais da posição de todos os tempos no Guarani – e depois Cruzeiro.
E pelo clube também atuou Tião Macalé, nos anos 60 do século passado, já falecido.
MEIA
Quando chegou ao Guarani em 1981, precedido de três temporadas no Ypiranga – onde iniciou a carreira – e Novo Hamburgo, ambos gaúchos, a posição originária de Éderson era meia.
Foi assim que estreou no time bugrino no transcorrer do segundo tempo da goleada imposta ao Comercial por 5 a 0, em Ribeirão Preto, no dia 21 de junho de 1981, na primeira fase do Campeonato Paulista daquela temporada, quando substituiu o falecido Ângelo, da mesma posição.
Eis a equipe bugrina da época, comandada pelo também saudoso Zé Duarte: Birigüi; Ariovaldo, Mauro, Edson (Da Costa) e Almeida; Jorge Luís, Ângelo (Éderson) e Jorge Mendonça; Lúcio, Careca e Banana.
SEMIFINAL DE 82
A ‘perícia’ de Zé Duarte para ajustar atletas em posições onde o rendimento era melhor determinou que recuasse Éderson à função de volante, visto que detectou a rapidez dele para chegar na bola e desarmar adversários.
E dava suporte na marcação em meio de campo que apenas ele era o autêntico ‘pegador’, juntando-se a Banana e Jorge Mendonça, num time que chegou à semifinal do Brasileirão de 1982.
A eliminação ocorreu apenas diante do Flamengo, na derrota por 3 a 2, num 14 de abril que marcou recorde de público no Estádio Brinco de Ouro, com 52.002 pagantes.
O marcante time da época foi esse: Wendell; Rubens, Jayme, Edson e Almeida; Éderson, Jorge Mendonça e Banana; Lúcio, Careca e Zezé (Henrique).
LESÕES NO JOELHO
Depois, vitimado por seguidas lesões no joelho, foi submetido a cirurgias e esforço descomunal para se reabilitar, mas tudo em vão.
Não satisfeito com a tentativa de recondicionamento pós-operatório no clube, comprou aparelhos de ginástica para continuidade do tratamento em sua casa.
Como se apegava a conselhos de supersticiosos, adquiriu hábito de comer bastante frutas, mas nada devolvia-lhe um joelho em condições para exercer a profissão, o que precipitou o encerramento da carreira em 1985.