Radiografia do Brusque é competitividade e lucidez de Moccelin
Leitura de jogo não e coisa tão simplista quanto muitos supõem.
Custo a acreditar como um treinador da envergadura de Nelsinho Baptista, comandante da Ponte Preta, se deixou enganar pela escalação do meia Élvis no dérbi campineiro, com o inconsistente argumento que um toque de classe dele poderia ser decisivo para colocar companheiros de equipe na cara gol.
Como dérbi é jogo marcado por força física, a ocupação de espaço é fundamental. E para isso, é de extrema necessidade contar com jogadores de excelência na preparação física.
Tivesse a Ponte Preta mais pegada no meio de campo durante o primeiro tempo contra o Guarani, a incidência de desarme certamente seria maior e, consequentemente, com possibilidade maior de permanência da bola no campo ofensivo, se a opção recaísse por três atacantes, naturalmente com a devida recomposição.
Pior ainda quando desavisados da bola, com intuito de que prevaleça a tese do acerto da escalação de Élvis, reverenciam o cruzamento, em cobrança de escanteio, que resultou no gol de cabeça do centroavante Jeh.
Ora, então a cobrança de escanteio do lateral Igor Inocêncio, para a cabeçada certeira do agora volante Castro, no primeiro pau, em gol contra o Ceará, também teve perícia de Inocêncio para pegar na bola?
O Élvis do dérbi foi aquele mesmo Élvis dos tempos do treinador João Brigatti.
E pela lógica constatação, ao chegar no clube, Nelsinho havia programado recuperação física do atleta, colocando-o na reserva, para que se recondicionasse. Todavia, na prática não se viu ganho no aspecto mobilidade.
VEM O BRUSQUE
De certo, como recomenda o manual, Nelsinho Baptista acompanhou o empate que o Brusque arrancou contra o CRB por 1 a 1, em Maceió (AL), na noite de segunda-feira.
Logo, a constatação é que enfrentará um adversário que pratica futebol competitivo na noite de sexta-feira, a partir das 21h, no Gigante das Avenidas, em Itajaí.
O desempenho do Brusque diante do CRB nada tem a ver com clube que frequenta o Z4, ocupando a 18ª colocação, com 12 pontos.
Na busca de equilíbrio defensivo de quem vinha com histórico de 17 gols sofridos antes do jogo em Alagoas, o treinador do Brusque, Luizinho Vieira, adotou o formato com três zagueiros. E aí, vai repetí-lo?
Dos zagueiros, Wallace é aquele que valoriza a saída de bola, e por vezes arrisca ultrapassagem ao ataque.
PAULINHO MOCELLIN
Luizinho Vieira repetirá o formato sem um centroavante fixo?
Contra o CRB, ele explorou dois atacantes de beirada, porém orientados para fazer a diagonal.
Se são claras as limitações técnicas de Keké, que ocupa mais o lado direito, a recomendação de cuidado especial dos pontepretanos é do lado esquerdo do ataque do Brusque, pois o rodado atacante Paulinho Moccelin tem força física para arrancar com a bola e criar embaraços aos marcadores.
No caso específico, cabe a improvisação do volante Dudu Vieira à lateral-direita, pois seria arriscada a volta de Igor Inocêncio por ali, e até mesmo a improvisação do também volante Bochecha.