Revelado nas categorias de base da Ponte Preta, no início dos anos 80 do século passado, o ponteiro-esquerdo Mauro Aparecido da Silva, nascido em Ipauçu, no dia 25 de agosto de 1962, já mostrava ser diferenciado para bater na bola, em cruzamentos, tanto que em 1982 o então treinador Dino Sani, da equipe principal, o requisitava para treino específico, visando a complementação do centroavante Chicão.
À época, faltava-lhe conscientização para usar a rapidez já demonstrada, mas, dominado pela preguiça, foi perdendo espaço até para o improvisado meia Ângelo.
Quis o destino que certa ocasião Dino o flagrasse em cena bem propícia para alertá-lo.
Mauro tinha o hábito de sentar-se no degrau do portão que dá acesso ao vestiário do Departamento Amador do clube, e sempre com ombro encostado na parede.
De pé, em posição praticamente de ‘sentido’, a cerca de dois metros de distância dele, estava o então zagueiro Juninho Fonseca, numa ocasião propícia para comentário do treinador: “Enquanto um parece militar pronto à luta, o outro aguarda que o mundo acabe em barranco, pra morrer encostado”.
Aquela e outras ‘tiradas’ irônicas de Dino ajudaram Mauro a se despertar, para que tornasse o atacante de beirada com a rapidez desejada.
Todavia, o ciclo de aprimoramento terminou apenas com a chegada ao clube do saudoso treinador José Luiz Carbone, dois anos depois, que o fixou como titular.
E Mauro foi um dos destaques no dérbi campineiro de setembro daquele ano, quando marcou um dos gols da vitória por 2 a 1 sobre o Guarani, no Estádio Brinco de Ouro, num time que tinha essa escalação: Luís Henrique; Alfinete, Osmar Guarnelli, Luís Carlos e Evandro; Sílvio, Régis, Jorge Mendonça (Toninho) e Dicá (Carlos Silva); Chicão e Mauro.
Observação singular: o mando daquela partida pertencia à Ponte Preta, mas, devido à reforma do gramado do Estádio Moisés Lucarelli, houve o repasse ao Guarani.
Ao deixou a Ponte Preta em 1987, transferiu-se ao Palmeiras e participou da equipe que derrubou a Ponte Preta à segunda divisão paulista, na vitória por 1 a 0, quando o time pontepretano, comandado por Nelsinho Baptista, era esse: Sérgio Guedes; Odair, Júnior, André Cruz e Ademar; Zé Mário (Charles), Rônis e Marquinhos; Jefferson, Binhão e Carlinhos.
CORINTHIANS
Se a passagem pelo Palmeiras foi marcada por oscilação, tudo mudou ao se transferir para o Corinthians, quando participou da campanha do Paulistão de 1990, que culminou com a conquista do título.
E garantiu a titularidade pelo opção tática encontrada pelo comandante Nelsinho Baptista, que o posicionava para ajudar na marcação, possibilitando mais liberdade para o meia Neto, principal destaque daquele time.
Em 1991, ele sofreu algumas contusões e acabou perdendo espaço para o novato Paulo Sérgio.
MOGI MIRIM
Assim, foi jogar no Mogi Mirim, porém outras lesões precipitaram o encerramento da carreira.
Com a volta de Nelsinho Baptista ao comando técnico corintiano, no final dos anos 90, ele retornou ao clube na condição de auxiliar-técnico, ocasião que se relacionou bem com outros integrantes de comissão técnica como Mano Menezes e Tite.
Isso persistiu até 2018, quando acompanhou o treinador Fábio Carille no Al-Wehda, da Arábia Saudita.
No regresso ao Brasil, reassumiu a função de observador técnico do Corinthians.