Cálculos pra que, se a Ponte Preta não tem bola para evitar o rebaixamento à Série C, nas duas rodadas complementares deste Brasileiro da Série B.
Se é que existia oportunidade clara de somar ponto(s), nesta reta de chegada, seria contra o desmotivado Vila Nova, na noite desta segunda-feira, em Goiânia.
Mas como empatar ou ganhar a partida se o time conta com o afoito zagueiro Mateus Silva, que falhou nos dois lances que determinaram a virada do Vila Nova por 2 a 1?
Além de atuação bisonha, o atleta ainda foi expulso, após receber o segundo cartão amarelo, quase no final da partida.
IAGO DIAS
Pior ainda foi a expulsão estúpida do atacante Iago Dias.
Se o empate até seria tolerável, como pode o atleta perder a cabeça e agredir o atacante Júnior Todinho, do Vila Nova, após empurra-empurra em disputa de bola?
Aquele lance de chute no joelho do adversário, aos 11 minutos do segundo tempo, foi a gota d’água para a Ponte Preta na partida.
Se com onze atletas em campo a Ponte Preta não mostrava mais do que correria, estava na cara que sofreria pressão e previsão das costumeiras falhas defensivas, para arcar com nova derrota.
PÊNALTIS DUVIDOSO
Se a Ponte Preta teve mais posse de bola até chegar ao seu gol, aos 31 minutos do primeiro tempo, na prática não havia ameaçado a meta adversária até então, pois as cabeçadas de Iago Dias e Hudson foram fracas e sem perigo.
Aí, em bola cruzada e falha de interceptação do goleiro Dênis Júnior, Iago Dias tentou pegar a sobra, e na disputa com o lateral Rian, de fato ocorreu um leve empurrão, insuficiente para queda, prevalecendo simulação do atacante pontepretano, mas o juizão marcou pênalti, convertido pelo meia Élvis, com bola rasteira no canto direito.
Para usar o mesmo critério, o árbitro Emerson Ricardo Andrade teria igualmente que anotar pênalti em leve empurrão do zagueiro pontepretano Nilson Júnior sobre Alesson, dentro da área, mas ele mandou que o lance prosseguisse, durante o segundo tempo.
MATEUS SILVA
Ainda no primeiro tempo, o Vila Nova não oferecia perigo, apesar do lateral-esquerdo Heitor Roca, da Ponte Preta, vacilar seguidamente.
Aí, numa bola cruzadas aos 39 minutos, e não é que o atacante Alesson do Vila Nova – 1,73m de altura – explorou falha clamorosa de Mateus Silva – 1,92m de altura – , que sequer disputou a bola pelo alto, em lance também com falha do goleiro Pedro Rocha, que poderia ter feito a interceptação: 1 a 1.
De que adianta apenas a determinação da um equipe se um zagueiro que deveria estar concentrado na jogada, fica marcando a própria sombra?
EXPULSÃO DE IAGO
Como nada justifica aquilo feito por Iago Dias no lance da expulsão, e como terá que cumprir suspensão no jogo do próximo sábado contra o Sport, é recomendável que a diretoria da Ponte Preta rescinda o contrato dele imediatamente, por desrespeito à coletividade.
BRIGATTI
Aquilo que do treinador João Brigatti se esperava foi visto na volta dele ao comando técnico da Ponte Preta: motivação.
Ora, só motivação não basta.
O que justifica a escalação desse irregular lateral-esquerdo Heitor Roca?
Se as poucas jogadas organizadas pelo Vila Nova, no primeiro tempo, foram pelo lado direito, através de Junior Todinho, o recomendável seria que invertesse a dobra de marcação de laterais programada no lado direito, puxando Igor Inocêncio para a esquerda.
E isso não foi feito.
Quando o treinador do Vila Nova, Thiago Carvalho, trocou o meia João Lucas para ganhar velocidade pelo lado esquerdo com a entrada do atacante Gabriel Silva, inadmissível a Ponte Preta, com dobra de laterais pelo lado direito – Luiz Felipe e Igor Inocêncio – deixar o setor desguarnecido, para que Gabriel Silva fosse ao fundo de campo e cruzasse rasteiro visando a complementação de Alesson.
Neste segundo gol do Vila, aos 38 minutos, o zagueiro Mateus Silva chegou atrasado inicialmente na cobertura dos laterais e depois por não acompanhar a chegada de Alesson para completar a jogada.
RENATO
Pergunta-se ao treinador Brigatti: o que justificou a escalação do atacante Renato, depois de atuação inoperante diante do Paysandu?
Portanto, se não faltou correria através dos jogadores, houve erro na escalação e falta de perspicácia do treinador para interpretar as variantes da partida.
Pelo cenário que se verifica, apenas um milagre será capaz de salvar a Ponte Preta da Série C.
Quem acredita em milagres em futebol, que se prenda a eles!