MEMÓRIAS DO FUTEBOL
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INFORMACÃO

Que diferença do jornalismo esportivo de Brasil de Oliveira para a atualidade!

  • 13/09/2024

Há quatro anos, no dia dez de setembro, havia recontado a história do jornalista esportivo Brasil de Oliveira, o melhor de todos os tempos de Campinas, morto em 1996.

Nesta quinta-feira, a pauta de conteúdo impressionante esvaziado no segmento futebol de um veículo de comunicação de Campinas e outro em Belém do Pará me fez recordar da arrogância assumida pelo velho ‘Brasa’ quando dizia, sem rodeio, que no seu segmento tirava o chapéu apenas para o saudoso comentarista João Saldanha. “Sobre os demais, estou a anos luz à frente”, gabava-se nas rodinhas do Largo do Rosário, área central de Campinas, ou nas habituais refeições no Restaurante Éden Bar, que fica defronte.

Pois ele foi um boêmio que detestava bebida alcoólica e varava madrugadas bebendo água Lindoya ou Coca-Cola.

AIRTON

Não seria preciso ensinar o ‘bê-a-bá’ para o repórter da nova geração sobre o reflexo da ausência do atacante Airton, do Guarani, diante do Paysandu, devido à uma lesão.

Bastaria recapitular jogadas em que ele teve participação ativa neste processo de recuperação da equipe bugrina, neste segundo turno da Série B do Brasileiro.

Brasa atuava na era da máquina de escrever Olivetti, que celular ainda estava engatinhando por aqui, e a Internet não passava de projeto.

Como também escrevia para o Jornal da Tarde, por vezes fazia uso de duas linhas telefônicas simultaneamente, para contatos neste Brasil afora, ao acionar a rede de informantes sobre quem era quem no futebol de Norte e Sul do País.

Logo, se ainda estivesse entre nós, caçoaria da mesmice do veículo de comunicação que resumiu o informativo quer da Ponte Preta, que vai recepcionar o Ituano nesta sexta-feira, quer sobre o Guarani, que no sábado vai jogar em Belém do Pará, contra o Paysandu.

RÁDIO DE BELÉM

Aí, para saber a quantas anda o Paysandu, sintonizei, através da Internet, emissora de rádio da capital paraense, e lamentavelmente apenas especulações sobre o time, na base do ‘eu acho que Mário Fernandes, treinador que substitui Hélio dos Anjos, não vai mexer no centroavante Nicolas’.

Eu acho, em vez de informação. Em vez da palavra do treinador, chutômetro descabido para manutenção de Nicolas, que não está jogando absolutamente nada há várias partidas.

Embora tivesse morrido aos 46 anos de idade, Brasa contava histórias do futebol com riqueza de detalhes, dando a impressão de que fosse um septuagenário.

JOÃO 17

Católico praticante e devoto de Nossa Senhora Aparecida, pode-se dizer que ele vivia no mundo, mas parecia um ser de outro mundo.

Na tradução ao pé da letra do capítulo 17, versículo 16 do evangelho de João, da Bíblia Sagrada, o sermão de Jesus Cristo foi esse: ‘Vivo no mundo, mas não sou do mundo’.

Na doutrina dos evangélicos pentecostais do passado, isso significava que membros daquelas comunidades deveriam ficar alheios das coisas materiais, e terem apego apenas às espirituais.

Por quê Brasil de Oliveira parecia um ser de outro mundo?

Ora, você conhece alguém lúcido, sábio e comunicativo ser totalmente desprendido de bens patrimoniais?

ROUPA DO CORPO

Difícil, mas ele era assim. E testemunhou isso no ar, ao microfone da Rádio Central de Campinas: “Meu patrimônio se resume a algumas anotações telefônicas, livros que disponho e a roupa do corpo”.

Automóvel? Nem pensar. Quanto tinha dinheiro, esbanjava ao se transportar de táxi. ‘Durango’, como ocorria na maioria das vezes, usava ônibus ou apelava aos amigos para a carona.

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Comentário

  • setembro 13, 2024
    João da Teixeira

    Até entendo que ela possa estar errada, o Lagoa pode ser um indício de que o jornalista usou esse sobrenome fictício Lagoa, para identificar o Kartódromo da Lagoa, o kartódromo Afrânio Ferreira Júnior, mas será mesmo isso?

  • setembro 13, 2024
    João da Teixeira

    Último jornalista analógico, por isso daquela imensa bolsa tira colo para guardar as inúmeras agendas consultivas.

  • setembro 13, 2024
    João da Teixeira

    Segundo o filme de 2022, da diretora Helen Quintans, “A Última Transmissão”, que estreiou no mês de maio de 2022, esse curta metragem de 15 minutos conta a história semi ficcional do último dia de vida do folclórico jornalista esportivo Brasil de Oliveira (1950-1996), que marcou a história do jornalismo e do rádio esportivo no interior do Estado. O filme, contemplado pelo PROAC 30/2020, contou com a participação especial de ícones da imprensa esportiva de Campinas, como Carlos Batista, José Arnaldo, Alberto César, Fernando César e o ator Wander Moliani. O personagem Brasil de Oliveira, ou “Brasa” foi o personagem criado pelo jornalista Rodrigo Lagoa (São Paulo, 1950 – Campinas, 1996), um ícone da imprensa esportiva de Campinas e do Estado de São Paulo. Ele era extremamente conhecido, sobretudo por sua capacidade de reconhecer futuros craques e por sua imensa agenda de contatos. Brasil de Oliveira foi o último jornalista “analógico”, dono de um conhecimento extremo sobre futebol e de um jeito folclórico de se comunicar. Então, segundo esse curta metragem, Brasil de Oliveira, ou “Brasa” foi o personagem criado pelo jornalista Rodrigo Lagoa, ou seja, Rodrigo Lagoa é o nome do jornalista e Brasil de Oliveira é o pseudônimo criado por ele. Ou a Helen é que está errada.

  • setembro 13, 2024
    João da Teixeira

    São Paulo e Bahia deixaram escapar a classificação na Copa do Brasil em casa. Jogaram o jogo da volta precisando fazer o resultado, aí, fica difícil, mas não impossível. Os jogos da semifinal serão Flamengo x Cúrinthians e Vasco x Atlético Mineiro, depois vem o jogo da volta.

  • setembro 13, 2024
    João da Teixeira

    E aí Ari, vc sabe o por quê desse pseudônimo?

    • setembro 13, 2024
      Ariovaldo Izaq

      João, ele começou a carreira jornalística no extinto jornal Diário, em meados da década da 70 do século passado, fazendo cobertura de esporte amador. Há época o kart era um esporte badalado em Campinas, e ele escrevia uma coluna semanal especificamente sobre a modalidade, usando o pseudônimo de Rodrigo Lagoa

  • setembro 13, 2024
    João da Teixeira

    Por quê o pseudônimo Brasil dê Oliveira, essa alguém que me conte, pois eu não sei, pra mim foi guardado a sete chaves o motivo. O curta-metragem “A Última Transmissão: o adeus de Brasil de Oliveira”, filme documentário de 15 min. da diretora Helen Quintans, que mostra os últimos dia de vida do folclórico jornalista esportivo em uma Campinas de 1996. O filme é protagonizado por Wander Moliani, que passou por um processo de transformação para ficar parecido com o jornalista. Alguns locais icônicos da cidade são retratados no curta, como o Largo das Andorinhas, o bar Giovannetti, o Éden Bar, o Edifício Itaguaçu, o Redondo, onde morava, a Igreja do Carmo e a Catedral Metropolitana, mas sobre o pseudônimo, não falaram…

  • setembro 13, 2024
    João da Teixeira

    Marca registrada de Rodrigo Lagoa, o Brasa, sua bolsa tiracolo, barba e cabelo por fazer e viver 24 horas pelo futebol. Falava que gostava do estilo João Saldanha de comentar futebol e tinha o Técnico Tim como um profundo conhecedor da arte do futebol.

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