Quando ouvia a entrevista do meia argentino Diego Torres à Rádio Bandeirantes-Campinas, na noite de quinta-feira, confesso ter sido difícil engolir seco os argumentos apresentados pelo atleta.
Ele discordou do procedimento do treinador Matheus Costa, do Guarani, ao recuá-lo à função de segundo volante.
Evidente que tenho algumas contestações a outras decisões tomadas pelo comandante do futebol do Guarani, mas tenho que concordar com a postura dele na procura de encaixe à permanência de Torres como titular.
Quem viu Diego Torres há quatro anos, como autêntico meia condutor de bola, com força física para se desvencilhar de adversários, nos tempos de CRB, e assim se infiltrar em defesas, lógico que detectou que esse retrato ficou no passado.
Isso, naturalmente, contrasta nas passagens subsequentes dele desde 2022 por Novorizontino, Amazonas e Vila Nova, quando ficou devendo.
SEM LUPA
Como Matheus Costa não precisa de lupa para enxergar o óbvio, raciocinou corretamente que o melhor seria proceder o recuo do atleta como segundo volante.
Por que isso? Ora, para posicioná-lo em setor despovoado para início das jogadas, e fazer o giro da bola a procura de espaços para lançamentos.
Afora isso, aproveitá-lo em lances ofensivos de bola parada, porque ainda tem afinidade pra bater nela. Certíssimo Matheus Costa.
Não agisse assim, seria impossível identificar mobilidade de Diego Torres para escapar de duras marcações adversárias, o que já vinha ocorrendo na passagem de Marcelo Fernandes como treinador do clube.
Futebol tem essas coisas que exigem discernimento de análise, para que caiam na real.
VÍDEOS MOSTRAM
Agora, num debate direto do atleta com o seu treinador, tentando argumentar a intenção de ser o meia de quatro anos atrás, que lhe mostrem vídeos quando assim era posicionado aqui mesmo no Guarani, para que o argumento seja quebrado.
A rigor, como pagar R$ 130 mil por mês para um segundo volante?
Considerando-se que isso seja um desperdício, melhor que o Guarani reconheça o erro cometido ao contratá-lo e facilite a saída dele na hipótese de surgir algum interessado.