O futebol nos ensina lições inacreditáveis no dia a dia.
Em sã consciência, exceto palmeirenses, poucos podiam prever que o clube conseguisse reverter um placar adverso de 3 a 0 favorável ao LDU, para 4 a 0 no Allianz Parque.
O LDU não foi elogiado por acaso na construção da goleada em Quito (EQU).
Lá ele teve espaço para jogar e soube se impor.
Aqui, a estratégia adotada pelo treinador Abel Ferreira, do Palmeiras, implicou em ‘engessar’ por completo o clube equatoriano.
Os três zagueiros palmeirenses – Fuchs, Gustavo Gómez e Murilo – avançaram além do meio de campo, quando o clube atacava.
ALLAN
Allan e Piquerez, pelas beiradas do campo, fizeram o papel de ponteiros e não de alas.
Meio-campistas rondavam a área adversária a todo instante, além de três atacantes sem a obrigatoriedade de recomposição.
Bom, aí questionarão pra que servem os contra-ataques em velocidade, para o LDU explorar?
Sim, teoricamente o Palmeiras ofereceria supostos espaços em sua defensiva, mas bola chutada sem rumo ao ataque do LDU geralmente favoreceu zagueiro adversário.
PRESSÃO
É preciso esclarecer que a pressão ofensiva imposta pelo Palmeiras não permitiu que o LDU se organizasse para saída de bola em seu campo defensivo, obrigando-o que ela fosse ‘quebrada’ sem rumo ao ataque.
Assim, nas tais disputas prevaleciam zagueiros palmeirenses, que ganharam cerca de 90% delas, e no ‘bate e volta’ a bola era recolocada sistematicamente no ataque do clube brasileiro.
Quando colocado à prova diante daquele volume ofensivo do Palmeiras, deficiências do LDU foram surgindo.
Em três dos quatro gols, jogadores palmeirenses apareceram livres para concluir as jogadas, numa clara evidência de exploração de espaços.
Isso além do pênalti que poderia ter sido evitado.
A jogada iniciada no fundo de campo poderia ser terminada ali se cometessem falta em Allan, que foi se desvencilhando de vários adversários até que fosse derrubado dentro da área.
FLAMENGO
Se o Palmeiras repetir essa estratégia pode ficar mais perto do título contra o Flamengo, na finalíssima da Libertadores?
Calma! É outro cenário.
Quando o adversário marca a saída de bola do Flamengo – como fez o Racing – não significa que seus jogadores mudam de postura rifando a bola.
Em curto espaço eles sabem manobrá-la, desvencilhar-se de marcadores e levá-la ao ataque, o que remete, por extensão, para maior cuidado defensivo do Palmeiras.
Indica que ele apenas repetirá essa estratégia de exposição defensiva caso esteja em desvantagem no placar, na base do tudo ou nada.
Enfim, como diz o sábio, o jogo é jogado e o lambari pescado.
Aguardemos.