No sábado, na primeira partida da decisão da terceira divisão nacional, entre Londrina e Ponte Preta, o que se viu foi jogo truncado, chutões para o lado que o nariz do boleiro estava virado, incontáveis passes errados e gente de montão ‘matando’ a bola de canela.
Vejam que foi confronto dos dois mais bem colocados da Série C.
Aí, na tarde friorenta de domingo em Campinas, o sugestivo convite para desportistas se acomodarem no sofá de casa, para acompanharem, através da televisão, o imperdível clássico dos dois melhores clubes do futebol brasileiro: Flamengo e Palmeiras.
Quanta diferença!
Sei que vão me repreender e citar que é uma comparação desproporcional.
Sim, a intenção é exatamente mexer nesta ferida.
Décadas passadas, o futebol brasileiro contava no mínimo com duas dezenas de clubes com o potencial de Flamengo e Palmeiras.
O diferencial era que clubes do interior paulista, por exemplo, contavam com jogadores diferenciados, e por isso endureciam para os chamados grandes.
INTERIOR
Foi o tempo que o futebol de Campinas revelava ‘pérolas’ como Careca, Renato Morungaba, Amoroso e Luizão pelo Guarani; enquanto Osvaldo, Carlos e Oscar brilharam na Ponte Preta.
O interiorzão também estava recheado de jogadores diferenciados, como o saudoso Sócrates no Botafogo de Ribeirão Preto, atacante Macedo do Rio Branco de Americana ao São Paulo, e, para não se estender mais, os meias Jorginho e Carlos Alberto Borges, que saíram do Marília.
JOGAÇO
Como é prazeroso conferir jogos de clubes categorizados, como neste domingo, no Estádio do Maracanã, na vitória flamenguista sobre o Palmeiras por 3 a 2.
A frieza do meia Arrascaeta para enfrentar goleiro, no lance do primeiro gol, foi impressionante.
Depois o absurdo do Flamengo ficar mais de um minuto e meio com um homem a menos, devido à indefinição se o zagueiro Léo Ortiz permaneceria ou não em campo, após sofrer lesão.
E naquela pressão do Palmeiras em busca do empate, sabe quem, do Flamengo, deveria ter acompanhado o atacante Roque Júnior, naquele cabeceio mortal?
Sim, o lateral Royal, que ficou marcando à própria sombra, e o comentarista da emissora da transmissão do jogo ainda rasgou elogios ao atleta, no final da partida.
PÊNALTI
Ainda no primeiro tempo, a obstinação ofensiva do Flamengo resultou em mais dois gols: no pênalti indiscutível cometido pelo zagueiro Bruno Fuchs sobre Pedro, e convertido por Jorginho, assim como no lance em que Pedro roubou a bola do volante Moreno, do Palmeiras, foi servido por Arrascaeta, e mostrou sabedoria na cara do gol: 3 a 1.
Verdade seja dita: o árbitro Ilton Pereira Sampaio deixou de marcar um pênalti cometido pelo flamenguista Jorginho sobre Gustavo Gomez.
No segundo tempo, como o Palmeiras lutou até o final para reduzir a vantagem do adversário, a presença do seu zagueiro Gustavo Gomez na área adversária resultou no segundo gol.