Uma vitória inquestionável da Ponte Preta no dérbi campineiro, na tarde/noite deste sábado, no Estádio Brinco de Ouro, e méritos totais do seu treinador Marcelo Fernandes.
Quem supunha que ele fosse adotar desde o início postura essencialmente defensiva, com três zagueiros, eis que escalou três atacantes e apenas dois volantes de pegada.
Isso porque não se pode cobrar marcação dura do meia Élvis.
Como Fernandes conhece o elenco bugrino nas palmas das mãos, sabia que o seu time poderia se impor durante o primeiro tempo, anulando a meia cancha do rival, e marcar o período com maior volume de jogo.
Na prática, antes do intervalo, a Ponte Preta marcou dois gols – um deles devidamente anulado – e poderia ter dilatado a vantagem se o centroavante Jeh não perdesse gol feito.
Ele explorou erro do zagueiro Alan Santos, avançou na velocidade, e cara a cara com o goleiro Dalberson chutou a bola em cima dele, aos 33 minutos.
IMPEDIMENTO
Uma cobrança de falta do meia Élvis, aos 17 minutos, encontrou a cabeça de Jeh, que colocou a bola no canto direito.
Foi quando o VAR – que passou a atuar nesta fase da Série C do Brasileiro – acusou que o zagueiro Wanderson, do time pontepretano, estava adiantado e o gol foi invalidado.
UNIFORMIZADA X PM
Aos 35 minutos, a partida ficou paralisada por cerca de oito minutos devido à um confronto entre torcedores das uniformizadas do Guarani e policiais militares.
A origem da briga foi um torcedor pontepretano de camisa vermelha, infiltrado entre os demais, ter sido ameaçado e, ao correr, caiu no fosso que divide arquibancada e gramado, tendo sofrido ferimentos graves.
Foi quando policiais evitaram que bugrinos se aproximassem da vítima e isso gerou conflito, com dois policiais e alguns torcedores do Guarani feridos.
GOL DE TORÓ
Recomeço de jogo e continuidade do domínio da Ponte Preta resultou em criação de mais oportunidades, sendo a fatal em arrancada de Bruno Lopes pela direita, quando ganhou do volante Kelvi na velocidade e cruzou para o interior da área, ocasião que o atacante Toró habilmente se antecipou do lateral-direito Cicinho, finalizou para as redes, com registro também de falha do goleiro Dalberson, aos 44 minutos.
RECUAR AS LINHAS
Marcelo Fernandes teve a clara percepção que o indicado, para o segundo tempo, seria a Ponte Preta abaixar as linhas, fechar espaço para neutralizar qualquer tentativa de penetração dos jogadores bugrinos, e, como previa que o seu time seria testado nos chuveirinhos, soube adotar um sistema organizado, para não correr risco.
E a previsão foi acertada, pois a única defesa praticada pelo goleiro pontepretano Diogo Silva foi em chute fraco do atacante Dentinho, aos 44 minutos.
JEH DESPERDIÇA
Como o Guarani se expôs e deixou a sua defesa desguarnecida, a Ponte Preta teve duas precisas chances para dilatar a vantagem através do atacante Jeh, aos 23 e 33 minutos, quando ficou frente a frente com o goleiro Dalberson.
Na primeira ocasião, em falha do volante Kelvi, o chute, com bola no canto direito, resultou em defesa do bugrino, para depois o pontepretano colocar a bola para fora.
FECHAR A ‘CASINHA’
Fernandes também teve a leitura correta nos minutos derradeiros da partida, quando abdicou do ataque e preencheu o seu setor defensivo com o maior número de jogadores, para que rechaçassem as bolas cruzadas.
No Guarani, o treinador Matheus Costa acreditou que a entrada do japonês Ryuta Takahashi pudesse criar jogadas individuais, mas na prática não resultou em nada.