Esta vitória da Ponte Preta sobre o Tombense por 1 a 0, na noite desta segunda-feira em Campinas, obrigatoriamente deve ser analisada por dois ângulos distintos.
Um time ineficiente e mal escalado até os 24 minutos do segundo tempo, para mudar de cara com as modificações procedidas.
Entendam que não foram ajustes procedidos pelo treinador Alberto Valentim.
Foram, sim, erros em escolhas de jogadores.
Não se justifica – em hipótese alguma – aqueles aplausos dos torcedores quando o meia Élvis foi substituído aos 34 minutos do segundo tempo.
A rigor, fora de forma, sequer faz por merecer camisa de titular.
Já que o treinador considera o histórico que ele construiu no clube, que pelo menos o substituísse no intervalo, porque sem mobilidade torna-se um ‘peso morto’ em campo.
Paradoxalmente foi dele o gol da vitória, mas em cobrança de pênalti sofrido pelo centroavante Jeh, aos 25 minutos, derrubado dentro da área após aplicar drible seco e desconcertante no lateral-esquerdo Kaike.
LUIZ FELIPE
Quando o polivalente Luiz Felipe substituiu Élvis, aos 34 minutos do segundo tempo, exerceu tanto a função de volante como se soltou ao ataque na característica de lateral-direito, mostrando ao seu comandante Valentim o desperdício ao deixá-lo na reserva e escalando Maguinho, que quase nada acrescenta à equipe.
A instabilidade do atacante Jean Dias também é indício que a melhor produtividade de Toró – com maior volume ofensivo pelo lado esquerdo do ataque -, seria um caso para ser analisado preventivamente.
Ora, após duas semanas de treinamentos e observações, questiona-se por que Valentim não detectou o atual estágio dos jogadores de seu elenco?
JEH
Dados estatísticos do jogo desta segunda-feira mostram com clareza que, além da jogada em que sofreu pênalti, Jeh foi abastecido três vezes para finalizar a partir dos 38 minutos do segundo tempo, porém sem que atingisse o alvo.
Esta é uma clara amostragem para se distinguir quem pode lançá-lo em condições de complementação de jogadas, principalmente contra adversário com claras limitações técnicas como o Tombense.
BEIRADAS DO CAMPO
Duas semanas e tempo se sobra para Alberto Valentim colocar em prática treinamentos e qualificar a equipe, mas de prático apenas as entradas de Luiz Felipe e Toró.
Tempo para se programar triangulações pelas beiradas do campo, mas como executá-las se Maguinho recua a maioria das bolas que recebe, se Artur projetou poucas vezes à ofensiva, ainda assim no segundo tempo?
Como esperar participação de um meia sem mobilidade como Élvis, para tocar e sair com rapidez para receber a devolução?
FALHA DE ARTUR
Por sinal, Artur ainda falhou barbaramente na única chance clara de gol do Tombense, quando foi vencido pelo atacante Jefferson Renan, pelo lado direito.
Por sorte dos pontepretanos, após o cruzamento rasteiro para o interior da pequena área, o atacante Zé Eduardo chegou no carrinho para o complemento da jogada, ganhou a disputa do lateral Maguinho, mas a bola foi para fora, aos 40 minutos do primeiro tempo.
Foi esse, a rigor, o único lance contundente do Tombense ao longo da partida, enquanto a Ponte Preta, durante o primeiro tempo, não criou uma chance sequer.
Ela se valeu basicamente de dois chutes de longa distância: a primeira com o volante Lucas Cândido e defesa fácil do goleiro Matheus Aurélio, aos 23 minutos.
Depois foi a vez do meia Élvis, com chute de longa distância e bola ‘penada’, aos 40 minutos.
REFLEXÃO
Os números mostram a Ponte Preta com proximidade da classificação à segunda fase desta Série C, mas qual a garantia de acesso se ajustes imprescindíveis não são feitos pelo treinador Valentim, e com tempo de sobra para plena execução.
Então, que os ângulos distintos deste jogo diante do Tombense sirvam de reflexão ao comandante, para que não seja teimoso.