Se para a mídia – por questões óbvias – o discurso do treinador Marcelo Fernandes, do Guarani, será de jogo difícil contra o Floresta, no Ceará, no próximo sábado, para o elenco a conversa não pode fugir do tom de obrigatoriedade de vitória, naturalmente com base no observado na partida em que a equipe cearense derrotou o Botafogo da Paraíba por 3 a 2, no campo do adversário.
O Floresta, que conta com o lateral-direito Matheus Ludke – ex-Guarani -, ganhou o jogo na condição de visitante, afirmará quem não assistiu a partida, temperando supostas dificuldades a serem encontradas pelo time bugrino.
DEFESA DO BOTAFOGO (PB)
Acreditem: o Floresta chegou aos três gols por motivos sobejamente conhecidos dos leitores deste espaço, de um Botafogo paraibano com uma defesa sofrível, e o bugrino testemunhou muito bem isso quando recentemente ele esteve no Estádio Brinco de Ouro.
Nesta vitória sobre o Botafogo, na noite do último domingo, o Floresta chegou ao gol inaugural logo aos dois minutos, quando encontrou uma verdadeira ‘avenida’ para nadar de braçada.
Bola cruzada da direita, ninguém do mandante para interceptá-la no percurso rasteiro, na pequena área, até que chegasse no atacante Thiaguinho, totalmente livre, com missão de só empurrá-la pra rede.
BICÃO
Depois disso, o inoperante Botafogo chegou a ter 80% de posse de bola, mas mostrou-se incapaz de penetrar na retranca do Floresta, cujos jogadores deram ‘bicões’ na bola para o lado em que o nariz estava virado, visando distanciá-la de sua área.
Foi o circo dos horrores, com a lógica previsão que outra equipe medianamente organizada aproveitaria aquela situação para empatar e até virar o placar.
FALHA CLAMOROSA
E não é que o Botafogo só chegou ao gol de empate em decorrência de uma falha clamorosa do goleiro Dalton, do Floresta, que quis driblar Guilherme Santos, perdeu a bola e assim entregou o ‘ouro’.
QUEIJO SUIÇO
Ora, bastou sofrer o empate para que o Floresta criasse coragem para desmontar aquele ‘ferrolho’ defensivo e buscasse o segundo gol.
Só foi fácil atingir o objetivo diante daquele ‘queijo suíço’ que é a defesa do Botafogo.
Segundo gol? Naquele compartimento ‘esburacado’ foi possível penetrar com incrível facilidade e assim chegar ao terceiro gol: 3 a 1.
Só depois o mandante marcou o segundo gol, quase no final da partida.
Logo, bugrinos, não se assustem com os três gols marcados pelo Floresta, mais fruto do desarrumado sistema defensivo do Botafogo do que qualquer outra coisa.
PODE MUDAR?
E se o Floresta, enquanto mandante contra o Guarani, tiver outro comportamento e endurecer a partida?
Sim, é possível, mas se quando pressionado o Floresta mostrou limitação de quem não valoriza a saída de bola de trás, que abusa dos erros de passes e contava com um ataque que, até então, havia marcado um gol em quatro jogos na Série B do Brasileiro, evidente que o Guarani tem que saber explorar essas deficiências sobre o seu próximo adversário.
Logo, a interpretação lógica é a seguinte: se o Guarani, defensivamente, não oferecer a mesma moleza típica do Botafogo, e estiver organizado para colocar a bola no chão, na tentativa de entrar na defesa do Floresta, é plenamente possível que volte do Ceará com vitória.
Resta saber se de fato ele colocará em prática essas duas situações básicas para alcançar o objetivo.