Vamos aos fatos sem rodeio: para o retorno do executivo de futebol Rodrigo Pastana ao Guarani, na metade do ano passado, colocaram ‘para correr’ o cartola Ricardo Moisés, homem que dava as cartas no clube, porque era exigência de Pastana, com concordância do então presidente André Marconatto, um ‘estranho na função’.
Com o pedido de licença de Marconatto, surgiu o então desconhecido Rômulo Amaro, membro do Conselho de Administração, para assumir interinamente a presidência.
Na sequência, Marconatto voltou ao clube, porém sem reassumir o posto, mas continuou com vaga no conselho.
ERROS & ERROS
Aí Amaro foi efetivado na presidência e vai entendendo esse emaranhado.
Acontece que a maioria desconhecia que fosse outro sem competência para gerir os destinos do Guarani, e deveria se ‘tocar’ para não assumir o posto.
Aí ele foi partícipe do rebaixamento do clube à Série C do Brasileiro, fez a ‘lambança’ de vender mando do jogo contra o Palmeiras para Londrina, sem consultar torcida, até que pressionado recuou, trazendo-o de volta para Campinas.
Como Amaro não é cartola familiarizado com desafios do futebol, delegou a atribuição ao executivo Rodrigo Pastana, e simplesmente disse ‘amém’ a dezenas de contratações no elenco. E deu nisso.
MAURÍCIO SOUZA
Após a derrota em atuação lastimável para o Brusque, o caldo engrossou, a paciência da torcida se esgotou, e tanto Amaro como os seus pares de diretoria acharam rapidamente um culpado: transferir a responsabilidade ao treinador Maurício Souza, demitido e com anúncio imediato do substituto: o auxiliar permanente Marcelo Cordeiro.
Claro que Maurício tem lá os seus erros, o principal dele foi admitir que pudesse ser bem-sucedido neste elenco de claras limitações.
DIRETO E RETO
Nada contra quem discute que atleta ‘x’ ou ‘y’ não rende conforme o esperado, ou que o então treinador deveria ter feito isso ou aquilo.
Aqui a visão é outra: o Guarani jamais deveria ser entregue a quem não é da bola, quem ainda é um aprendiz no assunto, como Amaro.
O clube tem contado com administrações desastrosas neste século, o que contrasta com antecessores dos anos 70, 80 e 90, como os saudosos Ricardo Chuff e Antonio Tavares Júnior, além do octogenário Beto Zini.
Aonde tudo isso vai parar é difícil prever.
Como a janela para contratações de jogadores está fechada, que pelo menos seja possível o clube não correr risco de rebaixamento à Série D do Brasileiro.