Quando da anunciada morte do radialista aposentado Alfredo Orlando, no dia 18 de abril passado, em Campinas, a primeira reflexão foi ter sido um ser privilegiado pelo divino, pois em 2018, quando estava com 85 anos de idade, havia mostrado a mesma lucidez para se comunicar quando entrevistado pelo programa Domingo Esportivo do comunicador Milton Neves, na Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Geralmente, nesta faixa etária o raciocínio fica mais lento, a pessoa gagueja e procura palavras sem encontrá-las. Todavia, Alfredo Orlando discorria sobre diferentes assuntos com incrível fluência.
TELEVISÃO
À época, já contestava narradores de televisão que transportavam ao canal o estilo descritivo do rádio. “Ora, se a bola saiu pela linha de fundo ou foi chutada à esquerda do goleiro, o telespectador viu, e a repetição é dispensável”, justificou.
A facilidade de se manifestar dava a impressão que ainda estivesse na ativa e empunhando microfones, como das rádios Bandeirantes, Tupi e Capital, emissoras que trabalhou em São Paulo.
Alfredo Orlando começou e terminou a carreira em Campinas.
Nos anos 60 trabalhou na Rádio Brasil, mas o auge da carreira foi na Rádio Tupi – a equipe 1.040 -, comandava pelo saudoso Pedro Luiz.
À época, a Tupi era referência para apostadores de Loteria Esportiva, pois atualizava resultados de jogos instantaneamente. E lá participou de coberturas das Copas do Mundo de 1966, na Inglaterra, e 1978, na Argentina.
De lá transferiu-se à Rádio Capital, que contava no comando geral com o saudoso radialista Hélio Ribeiro.
Foi quando Alfredo Orlando se caracterizava pelo estilo inconfundível de narradores da época. Priorizava relato sobre o atleta de posse de bola, quais aqueles nas proximidades dele, qual adversário participava diretamente do combate e perfeita localização da jogada.
RÁDIO CAPITAL
Quando eu integrava a equipe de esportes da Rádio Brasil, em 1979, Alfredo Orlando avaliou meu trabalho enquanto correspondente da Rádio Capital, requisitando-me para participar da equipe que comandaria na implantação da Rádio Central de Campinas, em sete de novembro de 1980.
Fomos parceiros durante um ano, ocasião que nos familiarizamos com a prioridade das informações e ocupação do espaço do comentarista para avaliação do extremamente essencial.
Bons tempos!