Outrora o Corinthians vinha a Campinas com a sua força máxima para enfrentar a Ponte Preta e era derrotado. Por vezes até goleado.
Agora, ele se dá ao luxo de escalar apenas quatro titulares e ainda vence a partida, como ocorreu naquele 1 a 0 de quarta-feira.
O goleiro Hugo Souza, Raniele, Igor Coronado e Yuri Alberto foram os únicos repetidos, contra a Ponte Preta, em relação à partida diante do São Paulo.
E ainda assim o treinador pontepretano Alberto Valentim rasgou elogios ao desempenho de sua equipe nesta derrota.
O mesmo Valentim que apareceu na Ponte Preta numa época que o clube não dispõe de dirigentes como Geraldo Camargo, Jorge Ferreira dos Santos, Armando Martins de Oliveira e Peri Chaib, que não deixavam treinadores ‘deitarem e rolarem’, como se não tivessem que dar satisfação a ninguém.
CILINHO E PAULO LEÃO
Em 1970, o consagrado e saudoso Cilinho tinha liberdade para sacar o lateral-direito Nelsinho Baptista visando a entrada na equipe de outro ponta-direita – caso de Vicente – para se juntar a Alan, que passava a ficar mais centralizado, e num dérbi campineiro.
Oito anos depois, num dez de dezembro, no Estádio Mário Alves de Mendonça, em São José do Rio Preto, o também saudoso treinador Paulo Leão ousou escalou o quarto-zagueiro Nenê Santana como centroavante, num time pontepretano formado por Carlos; Toninho Oliveira, Oscar, Juninho e Odirley; Wanderlei, Marco Aurélio e Dicá; Osvaldo, Nenê Santana e Humberto (Tuta), em jogo que a Ponte perdeu por 2 a 1.
O mesmo Cilinho ainda transformou o zagueiro Marcão em centroavante, para que a estatura dele, superior a dois metros de altura, fosse explorada no jogo aéreo.
Outro exemplo foi o remanejamento do então ponta-de-lança Fábio Luciano em zagueiro, também na Ponte Preta, nos anos 90, mas não me recordo qual foi o treinador que determinou a mudança.
VALENTIM
Sim, outros tempos, outros profissionais, mas observar esse destempero de Valentim em querer posicionar o volante Emerson como zagueiro, de uma hora para outra?
E aí procede uma dobra de laterais-esquerdos com Artur e Danilo Barcelos, por vezes um deles como coadjuvante de zagueiro. Pra que isso?
Alô Peri Chaib: à distância você vê coisas que no mínimo chamaria o ‘treineiro’ para uma conversa reservada, bem ao pé do ouvido, em sua salinha.
Pois é, são outros tempos. Assim, o sofrido torcedor pontepretano é obrigado a engolir mais essas, além de ainda não ter digerido o rebaixamento à Série C do Brasileiro.