Nesta época do ano, de muita enrolação sobre noticiário esportivo e repetição dos aspectos críticos, vamos puxar por uma pauta diferente.
Antigamente os clubes de Campinas tinham os seus olheiros que, ‘in loco’, acompanham desempenhos de jogadores que eventualmente poderiam interessar.
O saudoso Eli Carlos – que atuou como coordenador de futebol do Guarani, na gestão do presidente Beto Zini -, décadas passadas, havia viajado para Tanabi com a finalidade de observar o ponta-de-lança Edílson Capetinha, que atuava no clube daquela cidade.
Na volta a Campinas, indicou a imediata contratação, e o resto da história é de conhecimento geral.
Na Ponte Preta, o saudoso Carlos de Carvalho, conhecido como Carlão Perna de Pau, trazia precisas informações para o treinador Cilinho, também falecido, sobre atletas observados.
Alcides Romano Júnior, o Cidinho, que foi zagueiro, preparador físico e treinador da base do Guarani, entre os anos 60 e 70 do século passado, é outro de ‘olhos afinados’.
Circunstancialmente, em viagem a Mato Grosso, observou o então ponteiro-direito Lúcio Bala e fez a indicação para a comissão técnica do Guarani de 1976.
Como o clube dispunha do também ponteiro-direito Flecha, não manifestou interesse para discussão sobre o assunto, ocasião que Cidinho repassou as informações ao seu amigo treinador Zé Duarte, já falecido, que trabalhava na Ponte Preta.
O resto da história os ‘cinquentões’ sabem muito bem.
Foi de Cidinho, também, a indicação para que o São Paulo buscasse no Rio Preto o então zagueiro Ronaldão, em 1986.
EMPRESÁRIOS
Sim, concordo que os tempos são outros, que na maioria das vezes até o garoto da base já está vinculado a empresários, e as transferências são mais complicadas.
Todavia, neste Brasil varonil, ainda é possível descobrir agulha no palheiro, e de certo isso provavelmente não será descoberto por uma nova geração de profissionais que presta serviço aos clubes em função hoje identificada como analista de mercado.
Diferentemente de décadas passadas, quando o olheiro recorria à viagens de ônibus até para locais distantes, hoje a Internet encurta tudo.
Com a bunda colada na cadeira, o olheiro experiente pode detectar atletas com algumas virtudes, restando explorar a sua visão privilegiada para projetar futuros ganhos de condição técnica do atleta em questão.
INTERNET
Hoje, a Internet permite que usuários em geral acompanhem quaisquer campeonatos estaduais no País.
Igualmente é possível assistir à jogos da Copa do Brasil e Brasileiros das Série B e C.
O olheiro ou analista de mercado obrigatoriamente precisa ficar ‘antenado’ sobre ‘a quantas anda’ as categorias de base por aí.
Então, que esses cartolas ainda aprendizes sobre futebol saibam que o recomendável para a atribuição de olheiro é acordo com ex-atletas, principalmente aqueles de apurado conhecimento de bola rolando, na busca por ‘promessas’ que possam ocupar bem o espaço no futebol campineiro.