Torcedor de futebol, quando se refere ao seu clube predileto, tem uma antiga mania de fazer citação ‘nós’, como se fosse parte ativa do contexto.
Vamos lá, então: nesta esperada derrota da Ponte Preta para o Avaí por 2 a 1, na noite desta sexta-feira, em Florianópolis, você, pontepretano, concordou com a escalação do seu treinador João Brigatti?
Tudo bem que o jogo não valia mais nada, até porque o seu clube já havia sido rebaixado na penúltima rodada desta Série B do Brasileiro, mas seria o caso de experimentar o goleiro Willian?
Nesse ‘nós’ que você habitualmente fala, responda rápido: no seu time teria vaga para o lateral-esquerdo Heitor Roca?
Aquela péssima impressão deixada pelo jogador contra o Paysandu já não foi suficiente para não utilizá-lo?
ALBERTO VALENTIM
Que ‘nós’ é esse pra você que discorda da contratação do treinador Alberto Valentim, rebaixado duplamente nesta temporada com o Ituano?
Tá certo que ele chegou ao clube de Itu para tentar salvá-lo do rebaixamento no Paulistão e não conseguiu, mas cadê aquela remontagem de elenco para a Série B?
Continuou com aquele Ituano de futebol pobre e mostra que o rebaixamento à Série C seria ‘logo ali’.
Pode dar certo?
Até pode, mas não seria a alternativa mais salutar quando se pede um processo de reconstrução do futebol do clube.
Então, em vez de ‘nós’ comece a se habituar a falar ‘eles’.
FALHA DE WILLIAM
Aquele gramado encharcado do Estádio Ressacada era palco de um jogo de paupérrimo nível técnico durante o primeiro tempo, com a boleirada da Ponte Preta dando chutões e os mandantes errando muitos passes.
Aí, aos 42 minutos, em cobrança de escanteio através de Pedro Castro, o lateral-esquerdo Mário Sérgio, no primeiro pau, escorou de cabeça, em bola defensável, mas falhou o goleiro Willian.
A rigor, já passou da hora de trocarem o preparador de goleiros Lauro, que não corrige defeitos daqueles que aí estão, e abona a escalação de Willian, com Pedro Rocha entre os reservas.
OUTROS ERROS
Que pobreza técnica é esse elenco da Ponte Preta, com o agravante da displicência de jogador como o atacante Gabriel Novaes, com demora para que fosse substituído durante o segundo tempo.
E fruto de um erro defensivo dos visitantes, o Avaí ampliou a vantagem aos 17 minutos, através de Garcez.
O gol de honra da Ponte Preta surgiu através do atacante Renato, aos 24 minutos, com apenas alguns segundos após ter entrado no lugar de Gabriel Novaes.
E o gol só ocorreu porque o goleiro César, do Avaí, quis enfeitar em saída de bola, acabou desarmado, e Renato aproveitou para chute certeiro, no ângulo esquerdo.
E em outra rara jogada que ganhou da zaga adversária, aos 37 minutos, o desequilíbrio de Renato, após disputa, não teria sido suficiente para que se esparramasse no gramado, na tentativa de cavar um pênalti.
Se permanecesse de pé ficaria livre na cara do gol.
Pronto, se propuseram perder tempo para observar mais coisas no elenco pontepretano – algo dispensável -, a constatação é que 80% daqueles que aí estão podem procurar outro rumo, para que se provoque uma reformulação consistente visando a próxima temporada.