Décadas de 60 e 70 do século passado, quando era praxe jogador de futebol abrir entrevistas às emissoras de rádio com o velho chavão ‘ouvintes meus cumprimentos’, numa prova de conteúdo vazio, já se registravam algumas exceções de quem se pautava por graduação universitária, uma delas o meia Afonsinho, que fez sucesso no Botafogo carioca nos entre 1966/70.
Enquanto jogava, paralelamente também era acadêmico de faculdade de medicina do Rio de Janeiro. E quando deixou os gramados em 1981, no Fluminense, passou a atuar na especialidade de psiquiatria, enquanto à época o também médico Sócrates, ponta-de-lança com aparição no Botafogo de Ribeirão Preto, preferiu seguir carreira de sucesso no Corinthians, seleção brasileira e futebol do exterior.
SIGNORELLI
A exemplo de ambos, a Ponte Preta também contou com atleta que com diploma nas mãos da faculdade de medicina preferiu ser um ‘doutor’ na prática.
Foi o caso do saudoso Antonio Carlos Signorelli, um clássico zagueiro da Ponte Preta e identificado apenas pelo sobrenome.
Revelado no juvenil da Ponte Preta, na prática ele teve poucas oportunidades na equipe principal, apesar dos predicados de quem ousava qualificar saída de bola de trás, até com dribles sobre centroavantes.
Assim, projetava-se prosperidade na carreira entre 1965/66, mas na prática não conseguiu se firmar como titular, pois revezaram-se na zaga Egídio e Beto Falsete, antes da chegada do saudoso e categorizado Samuel Arruda.
Assim, com pouca chance, optou pelo precoce encerramento da carreira, conclusão da faculdade de medicina, com a obsessão para cuidar de doentes.
VOLTA À PONTE
Não demorou para que Signorelli voltasse ao Estádio Moisés Lucarelli, mas com vestimenta integralmente branca, inclusive os sapatos, como médico ortopedista que cuidava da recuperação de jogadores a partir de 1969, com prolongamento até o final dos anos 70.
Paralelamente à profissão de médico, Signorelli foi comerciante de loja de material esportivo e outra de bugigangas na Rua General Osório, perto do antigo Restaurante Armorial.
Signorelli morreu em 1992.