Quando câmaras do canal Premiere mostraram torcedores pontepretanos abandonando o Estádio Moisés Lucarelli aos 38 minutos do segundo tempo, da noite desta segunda-feira, na derrota por 2 a 0 para o América Mineiro, a cena fez lembrar três ou quatro décadas atrás, quando o tempo de acréscimos nas partidas era mínimo e raramente se acreditava em gol nos minutos finais.
Os tempos são outros, e a todo momento vê-se partidas decididas nos acréscimos, mas o pontepretano estava tão descrente na capacidade de reversão de placar de sua equipe que foi se mandando para as suas respectivas casas antes do apito final.
Portanto, já havia se lamentado a pobreza técnica de seu clube durante o primeiro tempo, quando perdia por 1 a 0, gol assinalado por Adson.
A rigor, muitos pontepretanos sequer viram o segundo gol da equipe mineira, quando o lateral-esquerdo Gabriel Risso cometeu o despropósito de tentar aplicar drible em adversário, com todos os seus companheiros avançados.
Conclusão: perdeu a bola, provocou contra-ataque em velocidade, e a bola cruzada foi convertida por Jonathas, aos 41 minutos.
ÉLVIS PERDE
Como o pontepretano poderia acreditar em algo melhor se na primeira boa chance de empatar a partida, aos 15 minutos do segundo tempo, o meia Élvis chegou na pequena área adversária já sem força para finalizar e chutou a bola em cima do lateral-esquerdo Marlon, que estava quase na risca fatal, para rebater e salvar o América.
Aí, a última esperança ocorreu aos 32 minutos, quando o VAR ajudou o árbitro Jonathan Pinheiro a certificar que, de fato, Matheus Henrique, do América Mineiro, havia acertado o pé do meia-atacante Dodô, da Ponte Preta, dentro da área, e o pênalti foi marcado.
Aí Élvis pegou a bola e chutou fraco, de forma previsível entre o meio do gol e canto esquerdo do goleiro Elias, que praticou a defesa.
Para um time que se valia apenas da correria, na tentativa de compensar a desorganização tática, o torcedor teria mais é que jogar a toalha, e aqueles que ficaram no estádio até o final protestaram através de vaias e chamando o time de ‘sem vergonha’.
AMÉRICA ARRUMADO
Evidente que é preciso reconhecer que o América Mineiro tem um planejamento tático bem superior à Ponte Preta, além de algumas individualidades como Alê e principalmente o volante Juninho, que em vez de sentir o peso da idade de quem beira os 40 anos, parece um garotão recém-saído da categoria juniores, tal o fôlego para fazer o incessante vaivém.
Se Juninho tivesse afinidade para enfrentar goleiros, teria explorado pelo menos uma das duas chances claras de gols, uma delas com vantagem do goleiro Pedro Rocha na disputa direta, e em outra com cabeçada na bola para fora.
Agora, a três pontos apenas de quem abre a zona de rebaixamento – caso do Brusque – a Ponte Preta terá a inglória missão de buscar forças sabe-se lá aonde para não correr risco de rebaixamento nesta Série B do Brasileiro.