Século passado, o Guarani era favorecido ao contar com goleiros de qualidade. Foi assim com os saudosos Dimas Monteiro e Sidney Poli, na década de 60.
Em 1969, chegou ao clube o goleiro Tobias, proveniente do Noroeste de Bauru, que procovou desconfiança logo na estreia, ao falhar nos dois gols que resultaram na derrota para o extinto Saad, de São Caetano do Sul, por 2 a 1, em jogo amistoso realizado em abril, no Estádio Brinco de Ouro.
O time bugrino da época? Tobias; Wilson Campos, Cidinho, Tarciso e Cido; Hélio e Dante (Ladeira); Carlinhos (Vanderlei), Capelloza, Mazinho e Zezinho (Wagninho).
Aí, o saudoso treinador Rubens Minelli optou por preservá-lo nas três rodadas subsquentes, até estar convicto que a equipe bugrina estaria bem servida na meta, pela demonstração de elasticidade e prática de defesas difíceis de Tobias.
Ele morreu no último dia 13 julho, na capital paulista, vítima de complicações respiratórias, e o corpo foi levado à cidade de Agudos (SP), para cremação.
ATÉ 1975
No Gurani até 1975, a continuidade na carreira foi no Sport Recife, mas na temporada seguinte, contratado pelo Corinthians, conquistou os títulos paulistas de 1977 e 79, além da marcante partida da semifinal contra o Fluminense, em 1976, com registro da invasão de torcedores corintianos ao Rio de Janeiro, calculados em mais de 70 mil.
Naquele jogo, decidido através de cobranças de pênaltis, ele praticou duas defesas que ajudaram o clube na classificação à finalíssima do Brasileirão, contra o Inter (RS).
Ao se desligar do Corinthians em 1980, ainda passou novamente por Sport Recife, Fluminense, Rio Negro (AM) e Bangu.
Seus pais o registraram como José Benedito Tobias, mas na carreira de atleta prevaleceu o sobrenome.
CARECA
Em 2018, já havia sido focalizado neste espaço, ocasião que foi feita referência a anúncios comerciais da marca Bozzano, propagada no rádio e televisão, quando se ouvia o vozeirão do saudoso radialista Oliveira Neto com essa mensagem: ‘Lembram-se de minha voz? Ela continua a mesma. Mas os meus cabelos! É que para eles tem o creme rinse colorama. Um produto: Bozzano’.
É que o Tobias de cabelos compridos e encaracolados dos tempos de Guarani, nada tinha a ver no encerramento da carreira em 1986, no Bangu, quando a calvície estava bem acentuada.
Quando adolescente, estava propenso a continuar no basquete, mas dirigentes do Noroeste de Bauru o convenceram a se fixar no futebol.
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Osvaldo, ex-Ponte Preta, ainda joga com a ‘velharada’
Futebol é coisa prazerosa para atleta profissional na ativa. No encerramento da carreira, a maioria recupera o tempo longe da família para juntá-la, embora alguns migrem à função de treinador ou participem de ‘peladas’ com amigos de vez em quando.
Esse não é o caso do barbarense Osvaldo Luiz Vital, aquele centroavante que não prosperou no infantil do Guarani e vingou na base da Ponte Preta, a partir do final dos anos 70.
Ainda ‘fominha’ por bola, ele está vinculado em clube amador de Santa Bárbara d’Oeste, nas competições de faixas etárias mais velhas, visto que atingiu 65 anos de idade em janeiro passado.
Osvaldo continua o típico atacante oportunista, que enfrenta goleiros com incrível facilidade.
Enquanto a boleirada de hoje se apavora na ‘hora agá’ da conclusão, ele é diferenciado pela felicidade e certeza de que a bola, ao ser chutada, muito provavelmente vai oferecer situação de perigo contra a meta adversária.
GOL DE 1981
Essa lucidez para encontrar o caminho das redes fez com que levasse a Ponte Preta à marcante vitória sobre o Grêmio por 1 a 0, na segunda partida da semifinal do Brasileirão de 1981, quando foi estabelecido o recorde de público no Estádio Olímpico.
Na ocasião, foram 85.721 pagantes. E, computando-se os não pagantes, o registro subiu para 98.499 pessoas.
Naquela partida, o meia Dicá havia sido substituído por Humberto, quando a Ponte Preta contou com essa formação: Carlos; Edson Abobrão, Juninho, Nenê Santana e Odirlei; Zé Mário, Humberto e Celso; Osvaldo, Lola e Serginho.
E sem o treinador Jair Picerni naquele jogo, coube ao preparador físico Lino Fachini substituí-lo no comando da equipe pontepretana.
Aquele público numeroso em Porto Alegre contrasta com apenas 12.881 torcedores que pagaram ingressos para ver o confronto entre ambos em Campinas, na primeira partida da semifinal, quando o Grêmio venceu por 3 a 2.
LIBERTADORES
Pelo desempenho na Ponte Preta, o Grêmio veio buscá-lo na temporada seguinte, e a resposta foi artilharia da Libertadores de 1983 com seis gols em 12 jogos.
Quatro anos depois ele passou pelo Santos. Depois vestiu a camisa do Coritiba e reservou o encerramento da carreira na Ponte Preta, em 1992.