O jogo entre Paysandu e Ponte Preta, na noite deste sábado, no Pará, foi um ‘tapa na cara’ de gente desconectada com a realidade do futebol, que ignora a vital importância de treinadores antes e durante o transcorrer de partidas.
Claro que o fato de a Ponte Preta passar a atuar com um homem a menos, com a expulsão do lateral-esquerdo Zé Mário, foi decisivo para que o mandante tivesse mais intensidade ofensiva e vencesse a partida por 1 a 0.
Se durante o primeiro tempo, com dez jogadores em campo, o treinador pontepretano Nelsinho Baptista quis observar como ficaria o comportamento de sua equipe na tentativa de improvisação do volante Ramon Carvalho na lateral-esquerda, já no vestiário, durante o intervalo, teve a clareza que deveria sacar os meias Élvis e Dodô, trocando-os pelo lateral-direito João Gabriel e o atacante Everton Brito.
Élvis pela falta de mobilidade e necessidade de melhor preenchimento dos espaços do gramado.
Dodô, pela inoperância dele na partida, pois não organizava e mostrava lentidão no vaivém.
Naquela reorganização tática, Igor Inocêncio foi ocupar a lateral-esquerda.
Assim, na busca de ganhar mobilidade para a sua equipe, Nelsinho imaginou, em última análise, fórmula para evitar que o adversário ampliasse a vantagem.
HÉLIO DOS ANJOS
E mais uma vez a constatação da competência do treinador Hélio dos Anjos.
Que comandante, com um elenco claramente limitado como o do Paysandu, conseguiria extrair além do imaginável do conjunto?
Pois ao adequá-lo à compactação necessária, condicioná-lo a fazer um seguro vaivém, e uso com frequência dos corredores do campo, a resposta foi manutenção de posse de bola no campo ofensivo.
Como falta ao Paysandu ‘peças’ que ajudem no repertório de infiltração num bem montado esquema de marcação, como o da Ponte Preta, o jeito foi abusar de finalizões de qualquer distância.
Faltou, sim, pontaria, exceto aos 37 minutos do primeiro tempo, quando o atacante de beirada Paulinho Boia arriscou chute rasteiro no estilo citado, e, antes de a bola entrar no canto esquerdo, chegou a quicar.
DODÔ PERDEU
No início do jogo, quando o Paysandu ainda estudava a proposta da Ponte Preta e tocava a bola com lentidão, Dodô teve clara chance de marcar para os visitantes, mas ao chegar desequilibrado para a finalização, logo aos três minutos, o chute fraco foi defendido com o pé direito pelo goleiro Diogo Silva.
ÁRBITRO SE COMPLICOU
Aos oito minutos, a entrada violenta do lateral Zé Mário sobre Jean Dias, do Paysandu, resultou num correto cartão amarelo.
O curioso é que o VAR chamou o árbitro Yuri Elino Ferreira da Cruz, aos 24 minutos, para informá-lo que o jogador pontepretano permanecia em campo após ter recebido o segundo cartão amarelo.
Por incrível que pareça, só aí é que o juizão se deu conta que deveria expulsar o jogador da Ponte Preta, em erro clamoroso.
Antes disso, o Paysandu já pressionava, ora desperdiçando oportunidade, ora exigindo defesa do goleiro Pedro Rocha.
NICOLAS, TRÊS VEZES
Conforme se previa, o Paysandu continuou rondando a área da Ponte Preta durante o segundo tempo e, o maior volume de jogo implicou em chances criadas, três delas através do centroavante Nicolas, que se atrapalhou nas finalizações, a exemplo do atacante Esli Garcia, que conseguiu ‘penar’ a bola na cara do gol.
Arremates de média distância do mandante quase não tiveram direção do gol, exceto a cabeçada do zagueiro Wanderson, após cobrança de falta, com a bola explodindo no travessão, aos 31 minutos do segundo tempo.
Já a Ponte Preta, na única vez que fez o goleiro Richard trabalhar, naquele período, em finalização de Igor Inocêncio, a jogada estava impugnada, porque ele cometeu falta em adversário antes do desfecho da jogada.
VILA, OUTRO DESAFIO
A exemplo do Paysandu, outro duro teste da Ponte Preta será contra o Vila Nova, no impróprio horário das 21h30 da próxima terça-feira, no Estádio Moisés Lucarelli, sem a confirmação do retorno do lateral-esquerdo Gabriel Risso, mas os suspensos Sérgio Raphael e Matheus Régis já ficam à disposição da comissão técnica.