Que final de jogo dramático este em que a Ponte Preta ganhou do Mirassol por 4 a 2, na noite desta sexta-feira, em Campinas.
Aos 54 minutos do segundo tempo, o centroavante Dellatorre teve a bola do jogo para levar o Mirassol ao empate por 3 a 3, mas desperdiçou a chance, ao chutá-la para fora, após ter ficado cara a cara com o goleiro Pedro Rocha.
Aí, no minuto seguinte, em bola mal recuada de cabeça pelo jogador Bruno Matias do Mirassol, oportunamente o atacante pontepretano Matheus Régis aproveitou o vacilo e, ao ficar de frente com o goleiro Alex Muralha, soube dar um toque sutil fora do alcance dele.
IMPREVISIBILIDADE
Futebol é um troço marcado pela imprevisibilidade.
Quem diria que a principal arma ofensiva do Mirassol – o atacante de beirada Fernandinho – fosse expulso aos 41 minutos do primeiro tempo, num jogo que se desenhava pelo equilíbrio.
E expulso com justiça, diga-se de passagem.
Entrou na catimba do lateral-direito pontepretano Igor Inocêncio que o empurrou. E, na tentativa de se desvencilhar da jogada, usou sim o cotovelo no rosto do adversário, em lance que o árbitro baiano Bruno Pereira Vasconcelos nada havia marcado, mas corrigiu a decisão após ter sido orientado pelo VAR, para revê-lo.
PONTE MELHOR
A expulsão desmontou o time do Mirassol em um primeiro tempo com empate por 1 a 1.
O jogo estava rigorosamente estudado, com uma chance real de a Ponte Preta chegar ao gol em cabeçada do zagueiro Sérgio Raphael, rebote do goleiro Alex Muralha, sem que o volante Émerson Santos conseguisse concluir com sucesso, após cobrança de escanteio, aos 13 minutos.
Foi aí que, sete minutos depois, ocorreu o inesperado. Na primeira jogada consistente da ofensiva do Mirassol, o meio-campista Danielzinho foi lançado já dentro da área, sofreu falta do goleiro Pedro Rocha, inicialmente não assinalada, mas a intervenção do VAR foi decisiva para que, cinco minutos depois, o pênalti fosse marcado e convertido por Gabriel, com chute no meio do gol.
GOLAÇO
Quis o destino que quatro minutos após estar em desvantagem no placar, a Ponte Preta chegasse ao empate em golaço do volante Émerson, que arriscou chute forte de longa distância, com endereço no ângulo superior esquerdo do goleiro Alex Muralha.
Curioso porque ele havia substituído o seu xará Émerson Santos, que sentiu lesão muscular logo no início da partida.
FALHA DE MURALHA
Se era natural projetar a Ponte Preta encorpada em campo com a vantagem numérica de jogadores, a missão ficou mais facilitada quando o centroavante Jeh arriscou chute forte e defensável de longa distância, que o goleiro Alex Muralha rebateu nos pés do volante Ramon Carvalho, que acompanhava a jogada e marcou logo aos três minutos do segundo tempo: Ponte 2 a 1.
Como o Mirassol sofreu impacto com a virada da equipe pontepretana, só não sofreu o terceiro gol, três minutos depois, porque o chute de Jeh atingiu a trave direita.
MOZER MEXE
Com a percepção que o Mirassol era dominado em campo, o treinador Mozer Santos fez três mexidas em sua equipe aos 16 minutos do segundo tempo, a principal delas com entrada do meia-atacante Chico Kim, enquanto, na Ponte Preta, Nelsinho adotou o formato com três atacantes, no momento em que Iago Dias ocupou o lugar de Ramon Carvalho.
Apesar da maior movimentação do Mirassol, a Ponte Preta continuou mandando na partida e chegou ao terceiro gol em jogada pessoal de Jeh, ao escapar de dois adversários e acertar chute contra o canto esquerdo de Muralha, aos 25 minutos.
A partida já se desenhava com vitória pontepretana por 3 a 1 quando, em cobrança de escanteio pelo Mirassol e bola no primeiro pau, o zagueiro Luiz Otávio se antecipou à marcação e cabeceou com sucesso, reduzindo a diferença para 3 a 2.
Depois disso, mais emoções nos dois lances citados no início do texto.
TRÊS VOLANTES
Sabiamente o treinador pontepretano Nelsinho Baptista não ‘comprou’ a ideia de iniciar a partida com três atacantes em sua equipe.
Fez o correto ao preencher o meio de campo com três volantes e assim cercar bem o suposto volume da equipe adversária.
E ao impedir o toque de bola em progressão do Mirassol, o obrigou a contrariar a estratégia tradicional e assim optar por seguidas bolas alongadas, principalmente visando os avanços do lateral Lucas Ramon, pelo lado direito.
Alguns jogadores do Mirassol mostraram rendimento inferior às suas possibilidades, um deles Isaque, sacado no intervalo para entrada do zagueiro Lucas Gazel, com estratégia de mais liberdade para avanços dos laterais.
Todavia, Zeca, que atuou pela esquerda, igualmente estava irreconhecível e até Danielzinho abaixo daquilo que pode render.
A vitória consolida a Ponte Preta em posição intermediária nesta Série B do Brasileiro, e a tendência é credenciá-la a avançar na sequência da competição.