Cartolada do Guarani conseguiu desviar um pouco o foco de seus torcedores com a contratação do executivo de futebol Rodrigo Pastana.
Pastana mostrou competência na passagem anterior pelo clube, trazendo atletas que ajudaram na somatória de pontos e em negócios vantajosos, casos do volante Richard Rios, lateral-esquerdo Jamerson e centroavante Yuri Tanque.
Pelo andar da carruagem, com a janela para contratações aberta e estendida até setembro, resta saber se Pastana vai conseguir buscar reforços – e não apenas contratações – para mudar a cara da equipe nesta Série B do Brasileiro.
NOVORIZONTINO
Como a bola não para de rolar e sábado o Guarani vai a Novo Horizonte para o desafio contra o Novorizontino, convém ressaltar que de todas as sete últimas partidas na competição o clube sofreu gols.
Extraindo-se os três últimos jogos, nos quatro anteriores a eles a meta bugrina foi vazada dez vezes, o que obrigou o comando técnico a programar esquema defensivo, com opções de contra-ataques em velocidade.
Deste retrospecto, a exceção foi o dérbi campineiro, com proposta de se desdobrar no ataque durante o primeiro tempo, na tentativa de construção de placar, para tentar, na sequência, administrá-lo.
Aí, contínuos erros de passes, somados a chutões desordenados, implicaram na falta de posse de bola consistente e obrigatoriedade de correr atrás dos adversários.
Quando um clube não consegue atingir o cobrado ponto de equilíbrio, com a necessária dosagem física, sobra para atacantes, que se juntam a outros compartimentos da equipe, no incansável vaivém, para ajuda na marcação.
Logo, isso reflete em exagerado desgaste físico e consequentes substituições no transcorrer de segundos tempos de partidas.
AIRTON E CAIO DANTAS
Como constata-se desgaste desproporcional dos atacantes Airton e Caio Dantas, frequentemente acabam substituídos.
Airton, por exemplo, cedeu o lugar para Bruno Oliveira, Lucas Paraizo e Vinícius Yuji nas partidas contra CRB, Ponte Preta e Sport, respectivamente.
Destes três jogos citados, Caio Dantas permaneceu em campo até o final apenas contra o CRB.
Se o desgaste já provoca queda de rendimento nos citados atletas, o agravante é diferença técnica daqueles que os substituem, que culmina com substancial queda de rendimento ofensivo da equipe.
VOLANTES DE PEGADA
Fosse o Guarani escalado com volantes de mais ‘pegadas’, provavelmente não haveria a extrema necessidade de atacantes recuarem com frequência para ajudar na marcação.
Se o volante Lucas Araújo mostrou capacidade superior a Camacho para desarme, mantê-lo tornou-se obrigatório.
Convenhamos que o também volante Matheus Bueno não é o jogador para o desarme cobrado à posição.
O que se vê, nas partidas, é a tentativa dele compensar a deficiência picotando o jogo basicamente com seguidas faltas, assim como fica devendo no processo de organização de jogadas ao ataque.
Ora, não teria validade a fixação de dois volantes com melhores condições para desarme?
Não seria adequado Anderson Leite ser parceiro de Lucas Araújo no cinturão de marcação?
Assim, Airton teria mais liberdade para explorar velocidade sobre os seus marcadores, além da condição de sobreviver em campo durante o tempo regulamentar.
Da mesma forma, poderia se buscar alternativas para que Caio Dantas permaneça mais próximo do gol adversário, em vez de sucessivos recuos.