A coluna Memórias do Futebol está atualizada com áudio sobre o ex-volante e ex-treinador Dudu, que morreu no último dia 28. Ele não foi craque, como alguns afirmam, mas teve uma carreira com eficiência no Palmeiras, nas décadas de 60 e 70 do século passado.
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TUDO IGUAL
Neste empate por 1 a 1 no dérbi campineiro, na noite deste domingo, a discussão vai bem além da simplista definição de que o Guarani foi melhor no primeiro tempo e houve registro de supremacia da Ponte Preta após o intervalo.
O treinador Pintado, do Guarani, criou clima de intensidade e transpiração para os seus jogadores, e isso foi colocado em prática com maior volume ofensivo de sua equipe durante aquele período.
Entretanto, tem-se que considerar que o gol bugrino foi fruto de tremendo descuido da Ponte Preta, que se atirou ao ataque, desguarnecendo por completo o setor defensivo, tanto que o volante Matheus Bueno acabou lançado nas costas do lateral Igor Inocêncio, novamente deslocado pelo lado esquerdo, e o complemento da jogada era certo, na saída do goleiro Pedro Rocha, independentemente do toque final do meia Luan Dias, aos 26 minutos.
MAPA DA MINA
Quando o ‘melão’ passou a rolar, faltou ao treinador Pintado a constatação que o ‘mapa da mina’ a ser explorado seria nas laterais da Ponte Preta.
Ora, além da instabilidade de Igor Inocêncio na marcação, improvisado novamente na lateral-esquerda, com ausência do titular Gabriel Risso, a improvisação do lento zagueiro Édson na lateral-direita recomendava a fixação do atacante bugrino Airton por ali, como caminho mais fácil para penetração na defensiva pontepretana.
De qualquer forma, Pintado transportou aos seus jogadores a cobrada confiança para construção do placar mais dilatado, para que pudesse ser administrado no segundo tempo, quando, pelo desgaste natural, haveria redução de intensidade.
JOÃO VICTOR
Não bastasse isso, a infantilidade do atacante João Victor com entrada maldosa sobre Igor Inocêncio, atingindo o calcanhar do adversário, colocou a perder a força do Guarani a partir dos 13 minutos do segundo tempo, pois o lance resultou no segundo cartão amarelo, e por extensão, o vermelho.
Isso fez o Guarani se encolher, oferecer espaços para que a Ponte Preta controlasse o jogo, porém sem a intensidade esperada pelo seu torcedor, como se o empate fosse resultado aceitável, mesmo atuando o restante da partida em vantagem numérica de jogadores.
ÉLVIS
Quero crer que o treinador Nelsinho Baptista não tenha se influenciado por clamores de torcedores e segmentos da mídia que consideravam como certo o retorno ao time do meia Élvis.
Aí dirão que o cruzamento na cobrança de escanteio para que o centroavante Jeh testasse e chegasse ao gol de empate, aos nove minutos do segundo tempo, teria saído de levantamento de bola através do meia.
Ora, Jeh subiu sozinho. O zagueiro Bacelar perdeu o tempo de bola e o pontepretano – que tem se sobressaído no cabeceio – testou de forma indefensável para o goleiro bugrino Vladimir.
Convenhamos que pela intensidade cobrada em um dérbi não há espaço para escalação de Élvis, cujo estilo se restringe a lances de bola parada e uma ou outra tentativa de lançamento
Se a Ponte Preta estava arrumada do meio de campo pra frente contra o Ceará, com recomposição do meia Dodô e dois atacantes de beirada – Iago Dias e Matheus Régis – pra que mudar?
Sim, alguns dirão que Matheus Régis pouco acrescentou após ter entrado aos 31 minutos do segundo tempo, no lugar de Iago Dias, mas isso ocorreu quando o Guarani estava plantado defensivamente, e só ameaçou em lance de contra-ataque puxado por Luccas Paraizo, com interceptação providencial de Lucas Bochecha, quando o jogador bugrino já engatilhava a finalização.
Foi desconsiderada a instabilidade do lateral-esquerdo bugrino Yuji, que poderia ter sido explorada com Régis em campo desde o início da partida.
BOCHECHA
A rigor, outro equívoco do experiente treinador Nelsinho foi detectar apenas aos 20 minutos do segundo tempo que a improvisação de Lucas Buchecha na lateral-direita seria mais vantajosa do que a escalação do desengonçado Édson por ali.
Assim, nas vezes que a Ponte Preta ameaçou a meta bugrina, méritos para individualidade de seus jogadores, como após o drible desconcertante de Jeh sobre o zagueiro Léo Santos, ocasião que o goleiro Vladimir praticou a defesa, e cabeçada do volante Castro.
PIOR PARA O GUARANI
Se pelo empenho e ter deixado impressão melhor do que partidas anteriores seriam ingredientes para acender a chama favoravelmente ao Guarani, visando recuperação nas partidas subsequentes desta Série B do Brasileiro, os números mostraram que continua na lanterna, agora com seis pontos, restando seis rodadas para complemento do turno.
E o seu próximo desafio será no domingo que vem, a partir das 18h30, quando vai receber o Sport Recife, que briga no pelotão de cima da competição.