Se o treinador Nelsinho Baptista, da Ponte Preta, levar à cabo aquilo que deixou bem claro durante entrevista coletiva pós-jogo contra o Ceará, não haveria espaço para a volta do meia Élvis no jogo contra o Guarani, na noite do próximo domingo, no Estádio Brinco de Ouro.
Ao rasgar elogios para o esquema de marcação colocado em prática por seus jogadores contra o Ceará, e assegurar que isso será repetido no dérbi, Nelsinho deixa dúvida se pode reduzir a intensidade de sua equipe caso opte pelo retorno do meia Élvis, com projeção de eventuais lampejos técnicos, mas sem a competitividade exigida em jogo contra o maior rival.
Há quem indique que Élvis poderia ocupar o posto do atacante Matheus Régis, posicionado na ‘meiúca’, e com isso dando-se mais liberdade para o meia Dodô jogar avançado.
Não, não é por aí.
A função tática do meia Dodô desempenhada contra o Ceará requer avaliação positiva.
Embora não seja jogador diferenciado como armador que dita o ritmo do jogo, a compensação ocorre pela mobilidade na transição da bola da linha média ao ataque, possibilitando que possa chegar rapidamente às proximidades da área adversária.
Como é atleta participativo, por vezes até faz o papel de terceiro volante quando a situação exige, ingredientes que indicam que seja mantido na função, do ponto de vista tático.
CASTRO
A surpreendente atuação de Castro enquanto volante – até então desconhecida com a camisa da Ponte Preta – muito provavelmente servirá para que seja mantido na equipe.
Nelsinho Baptista rasgou elogios ao desempenho de seu jogador e fez uma revelação até então desconhecida pela maioria: “O Castro é volante de origem e foi adaptado à zaga. Estávamos observando o desempenho dele na função, para definir escalá-lo ali”.
Logo, mesmo que o titular Ramon reúna condições de jogo no dérbi, a lógica indica que seja opção entre os reservas.
SUTILEZA
Há um dito popular com citação de ‘enquanto você vem com o milho, fulano já está voltando com a pamonha’.
Isso se aplica à sutileza de Nelsinho Baptista no tratamento à volta ao time do lateral-direito Luiz Felipe, que se vale mais da marcação que propriamente no apoio ao ataque.
Como o treinador não quis arriscar a incumbência de Igor Inocêncio para marcar o ágil atacante Erick Pulga, tratou de escalar Luiz Felipe no lugar, visto que já estava recuperado de lesão.
Assim, arrumou um jeito de deslocar Igor Inocêncio à lateral-esquerda, pois sabia que o atacante Janderson, do Ceará, que atua por ali, não provocaria maiores consequências.
Agora, com o retorno certo de Gabriel Risso no dérbi, o indicado é que Igor Inocêncio seja opção entre os reservas.
JEH
Outro capítulo à parte tem sido o desempenho do centroavante Jeh.
Se antes havia reconhecimento dele mais pelo estilo ‘guerreiro’ e oportunismo para chegar ao gol, agora tem acrescentado discernimento para jogadas individuais sobre zagueiros e visão de jogo para assistência, o que não era natural anteriormente.
Logo, a repetição do desempenho dele certamente servirá para atrair interesse principalmente de grandes clubes, pois, abastecido com mais frequência, a tendência seria de desempenho ainda melhor.