Responda se puder: de que adianta o treinador Júnior Rocha, do Guarani, colocar em prática um esquema essencialmente defensivo, com finalidade de que a sua equipe não fosse surpreendida, se no miolo de zaga estava Rayan, de incontáveis falhas desde que chegou ao Estádio Brinco de Ouro?
Pois ele voltou a comprometer na perda de bola da disputa com o meia Danielzinho, aos 21 minutos do primeiro tempo, e o Mirassol, mandante do jogo, abriu caminho para um goleada por 3 a 0, na noite desta terça-feira.
A bola chegou em Danielzinho em toque de cabeça do centroavante Delatorre.
E mesmo em desvantagem, o Guarani ficou encurralado em seu campo de defesa, e correndo risco de sofrer o segundo gol, não fosse o chute fraco do atacante Negueba, do Mirassol, após cobrança de falta de Danielzinho e defesa de Vladimir.
Naquela fase, o Guarani só exigiu defesa do goleiro Alex Muralha, do Mirassol, em chute forte, de fora da área, através do meia-atacante Marlon.
POSSE DE BOLA
O Guarani passou a ter mais posse de bola durante o segundo tempo?
Sim, mas de que adianta rodar a bola de uma lateral a outra, se falta profundidade à equipe?
Na prática, só ameaçou a meta adversária em duas situações.
Primeiro em jogada isolada do centroavante Luccas Paraizo, com chute rasteiro de fora da área e defesa com grau de dificuldade de Muralha; depois, quando, em bola cruzada pelo lateral-esquerdo Jefferson, Rayan cabeceou e a bola passou perto da trave defendida pelo Mirassol.
MOZER DEMOROU
Pelo desenho tático do jogo, o treinador Mozart Santos, do Mirassol, demorou para enxergar o óbvio: sacar jogadores com rendimentos aquém de suas reais possibilidades.
Ao colocar o meia-atacante Isac no lugar de Gabriel, o time passou a ganhar mais volume pelo lado esquerdo, e numa destas jogadas ele teve tempo de girar, finalizar, com desvio do zagueiro Lucas Edell e segundo gol dos mandantes, aos 31 minutos.
Mozart só teve a percepção que o seu time havia perdido o ímpeto ofensivo aos 28 minutos do segundo tempo, quando decidiu sacar Delatorre e Negueba, colocando jogadores de mais mobilidade como Quirino e Chico Kim, respectivamente.
Como o Guarani havia se mandado ao ataque e deixado a sua defesa desguarnecida, a ‘oxigenada’ do Mirassol foi compensada com o terceiro gol, quando Chico Kim puxou contra-ataque pela direita, cruzou, e encontrou Fernandinho livre de marcação. Aí, ele teve tranquilidade para marcar um belo gol, com bola chutada no canto alto esquerdo do goleiro Vladimir, aos 40 minutos.
A rigor, antes disso, Fernandinho já havia puxado outro contra-ataque, desvencilhado de dois marcadores e finalizado com bola devolvida pela trave direita do goleiro bugrino.
JOÃO VICTOR NA LATERAL?
Num time desconfigurado, como o do Guarani, até o seu treinador Júnior Rocha entrou na ‘dança’ dos erros.
Ora, se o Mirassol conta com o driblador e rápido Fernandinho, como nas mexidas aqui e acolá de sua equipe atribuir missão ao atacante João Victor à função de lateral-direito, visto que já havia sacado o titular Diogo Mateus?
No terceiro gol do Mirassol, Fernandinho estava livre de marcação e teve tempo para pensar na definição da jogada.
E AGORA JOSÉ?
Agora, caso o Guarani não melhore 200%, o risco é certo de não atingir a reabilitação diante do Operário, no próximo sábado, em Campinas.
Quem se dispuser a avaliar aquilo que produziu o Operário na vitória sobre o Amazonas, comparativamente ao futebol não mostrado pelo Guarani em Mirassol, o risco é claro.
E o que fazer para melhorar um time extremamente limitado?